Animais

Ana e Sandra foram abandonadas. As patudas inseparáveis precisam de uma casa

As cadelas foram resgatadas pela ComRaça, e precisam de uma casa sem outros animais onde possam recuperar.
Precisam de uma família.

A associação ComRaça enfrenta um momento particularmente difícil, com uma dívida de mais seis mil euros entre clínicas e hotéis para animais. Ainda assim, a equipa não conseguiu ignorar a situação de Sandra e Ana, duas cadelas que viviam na rua há três meses, magoadas e com problemas de saúde. As cadelas são inseparáveis, e serão mantidas ao cuidado da organização, apesar da exigência da sua ex-detentora, que depois de as deixar na rua quer que as patudas sejam devolvidas. 

A ComRaça recebeu um pedido de ajuda, que partiu de “uma particular que há já bastante tempo lhes dava comida e água”, explica Ana Pinto da Costa. “Recebemos um vídeo onde uma das cadelas está claramente magoada e com dificuldades em mover-se. Entrámos em contacto com a pessoa e fomos lá resgatar as cadelas de madrugada”, avança ainda a presidente.

 
 
 
 
 
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A operação aconteceu esta quarta-feira, 3 de julho, em Vila do Conde, no Porto, e permitiu à equipa constatar que as patudas “estavam muito mal e cheias de fome”. Ambas foram levadas para o Hospital Veterinário da Maia, onde foram avaliadas pelos veterinários, que adiantaram informações pouco animadoras à associação. Ana, a patuda mais velha, não tem microchip, conta cerca de 12 ou 13 anos, e sofre com uma anemia não regenerativa severa, uma dermatite igualmente severa, parasitas externos, discosespondilose (uma condição degenerativa da coluna vertebral), e um aumento do tamanho do fígado e do útero, que Ana explica ser sugestivo da existência de massas tumorais. 

Sandra parece ser mais nova, tendo cerca de 10 anos. Tem também uma dermatite alérgica generalizada e discosespondilose, e, avança a líder da associação, a cadela tem um microchip, que permitiu que entrasse em contacto com os seus tutores. “A pessoa disse que não sabia de que se tratava e que não era a detentora“, lamenta. Assim, foram chamadas as autoridades, que tomaram conta da ocorrência, deixando a associação encarregue dos animais, que foram levadas para a clínica da equipa, em Matosinhos.

Ana adianta à PiT ter recebido uma chamada da PSP (Polícia de Segurança Pública) esta quinta-feira, 3 de julho, explicando à líder ter sido contactada a detentora legal das cadelas, que esclareceu ter-se mudado para um apartamento, pelo que “não conseguia manter as cadelas”, e por isso “deixou-as num terreno que pertencia ao seu pai”. “Disse que queriam as cadelas de volta porque elas tinham fugido no dia em que as encontrámos, quando elas já eram alimentadas há três meses pela mesma pessoa”.

A presidente recusou entregar as patudas, e avançou com uma queixa por maus-tratos e negligência contra a detentora. Para já, Ana e Sandra estão a aguardar uma FAT ou adoção, que a líder explica dever “ser uma casa sem outros animais”. “Achamos que elas são mãe e filha porque são muito próximas, e super dóceis com pessoas, mas não são sociáveis com outros animais”.

Carregue na galeria para conhecer as patudas encontradas em Vila do Conde, no Porto, que precisam de uma casa.

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