Os milhares de manifestantes que, desde o início da tarde deste sábado, 21 de janeiro, desfilaram pelas ruas de Lisboa, gritaram em uníssono “Justiça! Justiça!” à passagem pelo Tribunal Constitucional, que deverá nos próximos dias pronunciar-se sobre a possível inconstitucionalidade da lei que criminaliza os maus-tratos dos animais.
Uma multidão de gente, empunhando bandeiras e gritando palavras de ordem, concentrou-se às 15 horas no Marquês de Pombal, em Lisboa. Aos poucos, as pessoas foram chegando de todos os sítios. Uns com animais, outros sozinhos ou com amigos, mas sempre com o mesmo objetivo: lutar por mais justiça.
“É fundamental que a lei que criminaliza os maus-tratos de animais não volte para trás. Seria um retrocesso civilizacional inadmissível”, afirmou à PiT um dos manifestantes.
“Justiça para animais, queremos mais” e “Animais sim, crimes não” foram algumas das frases de ordem entoadas pelos milhares de pessoas que vieram de todo o país à concentração promovida pelo IRA – Intervenção e Resgate Animal, que providenciou autocarros em direção à capital logo pela manhã.
“Não somos proprietários desta manifestação, ela não tem cor política nem nome de associação, é de todos“, declarou o presidente do IRA, Tomás Pires, do topo de um autocarro da organização durante a manifestação. “Salvar Portugal está, também, nas mãos dos portugueses”, acrescentou..
Em declarações prestadas à PiT durante a manifestação, Isabel Leal, membro e voluntária da associação “Onde Há Gato Não Há Rato”, mostrou-se esperançosa na perspetiva de a manifestação ter um efeito determinante em impedir que a lei não seja declarada inconstitucional.
O presidente do IRA referiu-se no seu discurso ao comunicado de Marcelo Rebelo de Sousa esta manhã, em que o Presidente da República defende a necessidade imperiosa de se legislar convenientemente os maus-tratos animais. Um forte aplauso foi a resposta automática dos manifestantes às palavras de Tomás Pires.
Percorra a galeria e veja pormenores da manifestação, que contou com milhares de portugueses.