Animais

António foi resgatado com feridas e cheiro de moscas. “Cheirava a animal morto”

O cão está ao abrigo da associação Ajuda a Alimentar Cães de Rua. Continua a recuperar, e está à espera de uma família.
Espera uma família.

“Não me lembro da última vez que tivemos um cão tão meigo. Basta falarmos com ele que abana logo a cauda. Está super feliz só de ter uma caminha, comida e água” — António foi resgatado pela associação Ajuda a Alimentar Cães “num estado deplorável”, com o pelo duro dos anos de negligência, e feridas por todo o corpo. O patudo ainda está a recuperar, mas já pode ser adotado.

O cão de cinco anos foi encontrado a 14 de junho, na freguesia de Santo António, no Funchal, Madeira, depois de uma denúncia que dava conta do estado em que o animal estava. Mariana Nóbrega, líder da equipa, avança à PiT que a situação era pior do que tinham imaginado. O cão “estava cheio de rastas, uma delas na pata, já com infeção e sangue, e com feridas nas orelhas devido às moscas”. O cheiro de António, escreve a associação, era “impossível de descrever. Cheirava a animal morto“.

A presidente adianta ainda que o detentor do cão “disse que não era tutor, e que o tinha encontrado na rua há três dias” — uma narrativa em que a associação afirma não acreditar, já que existiam mais animais na casa, com as mesmas feridas nas orelhas. Além disso, escreve a organização nas redes sociais, “a quantidade de moscas naquele quintal é visível”. 

O resgate de António foi particularmente chocante para a equipa, que avança deparar-se com este tipo de situações “todos os dias”. “Vamos, cheiramos, sentimos e ainda lidamos com os tutores, que é a pior parte de todas”, adianta. O tutor não aceitou dar os restantes cães à equipa, afirmando que trataria de todos. “Já confirmámos que ele foi à clínica levantar desparasitantes para eles”, assegura Mariana.

O cão foi levado “imediatamente para a tosquia”, que a Ajuda a Alimentar Cães de Rua adiantou ser um procedimento imprescindível para a sua sobrevivência. “As tosquias não são apenas uma questão estética. São também uma questão de saúde e neste caso este cão estaria morto dentro de pouco tempo”, esclareceu. Foi durante este passo que os profissionais do Patudo´s Pet Spa — que recebe e cuida dos animais ajudados pela associação — se aperceberam da infeção numa das patas de António, “devido às rastas já misturadas com urina e fezes de meses”, que “já estava a ficar podre”, justificando a dificuldade que o cão demonstrava em apoiá-la no chão.

António foi internado numa clínica para que as feridas fossem tratadas, e para ser esterilizado. Tudo correu bem, e já está de volta ao abrigo da associação, onde continua a recuperar e a mostrar a sua personalidade encantadora. “Ele é extremamente meigo e dócil. Abana sempre a cauda quando nos vê. Faz questão de lamber-nos as mãos em modo de agradecimento. É muito calmo, ainda não o ouvimos ladrar. É feliz com pouco. Está tão feliz por ter uma manta, um espaço fresco, comida e água. É emocionante vê-lo tão grato”, escreve a equipa.

Carregue na galeria para conhecer António, que está à espera de uma família.

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