A idade é só um número, mas, para esta ave, é um número impressionante. Aos 74 anos, Wisdom, uma Albatroz-de-Laysan intitulada como a ave selvagem mais velha do mundo, pôs o que os especialistas do United States Fish and Wildlife Service (USFWS), uma organização dedicada à pesca e vida selvagem, estimam ser o seu 60.º ovo, no refúgio de Midway Atoll, num arquipélago a noroeste do Hawaii.
Wisdom (que significa sabedoria em português) foi identificada e marcada em 1956, quando tinha 5 anos, e já criou pelo menos 30 bebés. Desde 2006 que a albatroz regressa ao refúgio do Oceano Pacífico para pôr ovos com Akeakamai, o seu parceiro. Os Albatrozes-de-Laysan põem um ovo por ano e acasalam para a vida.
Como a PiT já lhe contou, Akeakamai não é avistado há vários anos, e há alguns meses, desde que regressou ao refúgio, Wisdom começou a interagir com outro macho.
Os albatrozes demoram cerca de sete meses a incubar um ovo, que machos e fêmeas pais fazem turnos para aquecer. Depois dos 5 ou 6 meses, as crias voam para o mar, e é assim que passam a maior parte da vida, alimentando-se de lulas e ovos de peixe. De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, a expectativa média de vida para estes animais é de 68 anos, pelo que Wisdom está a superar todas as expectativas.
“Estamos optimistas que o ovo vai eclodir” afirmou Jonathan Plissner, biólogo supervisor do refúgio nacional de vida selvagem de Midway Atoll. Todos os anos, milhões de animais retornam ao local para pôr ovos e criar os bebés.
Uma espécie em perigo
Existem 22 espécies de Albatroz, e todas enfrentam perigo de extinção, integrando a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza. Uma das principais ameaças que as aves enfrentam é a pesca de palange, que emprega redes muito grandes, e recorre à utilização de vísceras de peixe como isco. Os pássaros são atraídos pelo cheiro, ficam presos nas linhas e afogam-se. Estima.se de cerca de 100.000 Albatrozes morram desta forma todos os anos.
Outra ameaça para os animais são as espécies introduzidas pelos humanos. Os Albatrozes evoluíram em ilhas sem mamíferos terrestres, pelo que não desenvolveram defesas contra a presença de outros animais. Ratazanas e gatos atacam as aves, bem como os bebés e os ovos. Animais de gado comem a vegetação que impede a proteção dos ninhos e certas espécies de plantas reduzem o terreno que têm para fazer os ninhos.
A ingestão de plástico é um perigo para todas as espécies de aves marinhas, e afeta as populações de Albatrozes de uma forma drástica. A presença de plástico no mar aumentou largamente nas últimas décadas, sobretudo desde 1960, vindo do lixo descartado pelos navios para o mar, do lixo deixado nas praias e do que é trazido pelas correntes.
Percorra a galeria para conhecer Wisdom e mais alguns factos sobre Albatrozes.