Durante quase três décadas, Pupy viveu no meio da movimentada capital da Argentina, a chamar casa ao Templo Hindu dos Elefantes no Ecoparque de Buenos Aires. Agora, mais precisamente na passada sexta-feira, dia 18 de abril, a Elefanta-africana de 36 anos chegou à nova casa no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), na região de Chapada dos Guimarães, no estado brasileiro do Mato Grosso.
Ainda atordoada com a longa viagem de 2.700 quilómetros e incerta sobre o seu furturo, a gigante demorou cerca de novo horas até finalmente decidir sair da caixa de transporte. E apesar de ser a única elefanta no recinto escolhido para habitar, há boas notícias: em breve, Kenya, uma outra elefante resgatada, vai fazer-lhe companhia.
A história da gigante começou em 1993, quando foi transportada do Parque Nacional Kruger, na África do Sul, para o que era então um jardim zoológico em Buenos Aires. Aí, viveu ao lado da sua companheira, Kuky, durante mais de 30 anos. O antigo zoo está agora em processo de transformação para se tornar num ecoparque e desde 2016, está a realojar muitos dos seus animais para santuários e reservas.
No caso de Pupy, a ideia de a enviar para o santuário brasileiro surgiu após a morte inesperada da sua companheira Kuky, em outubro passado. A gigante deixou a Argentina a 14 de abril para percorrer os 2.700 quilómetros até ao Brasil.
“O Brasil foi escolhido para acolher o crescente número de elefantes desalojados na América do Sul, devido à proibição de animais nas apresentações”, lê-se no site do santuário. “Para além do clima e topografia ideais encontrados na Chapada dos Guimarães, a região oferece também cursos de água intocados e vegetação exuberante, ideais para elefantes africanos e asiáticos, um conjunto de fatores que permitem que os elefantes fiquem soltos durante todo o ano, eliminando a necessidade da construção de galpões aquecidos para protegê-los no inverno.”
O SEB explicou ainda o motivo pelo qual optou por transportar a fêmea por via terrestre: “Transportar um elefante de avião exigiria uma aeronave enorme, e o aeroporto mais próximo do santuário não pode acomodar uma aeronave deste tamanho. Além disso, a descolagem e a aterragem podem ser stressantes para o elefante. A viagem por terra, sob escolta policial, é mais segura e tranquila.”
A elefanta tem uma “ferida de pressão” antiga na cara, que, de acordo com o SEB, “pode ocorrer quando os elefantes se deitam em superfícies duras durante longos períodos”. O objetivo é que a ferida melhore agora que o Pupy tem “superfícies naturais para descansar”.
Para além de Pupy e da futura companheira Kenya, o Santuário de Elefantes Brasil (SEB) é a casa das elefantas Rana, Maia, Mara, Bambi e Guillermina. Contudo, as antigas residentes não podem estar em contacto com a nova gigante, por questões comportamentais.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre a nova vida de Pupy.