Animais

Ativista salva leitões que estavam a morrer à fome em exposição de artista

O objetivo do artista era "sensibilizar para as crueldades da produção de suínos". Estava a privar os animais de água e de comida.
Estão seguros.

Marco Evaristti tinha um plano infalível — ou, pelo menos, era isso que pensava. O artista chileno organizou uma polémica exposição em Copenhaga, na Dinamarca, onde deixou três leitões numa jaula, sem qualquer acesso a água nem comida durante vários dias. Segundo ele, o objetivo da exposição “And Now You Care” (agora vocês importam-se, em inglês), era sensibilizar para as crueldades da produção moderna de suínos na Dinamarca. Mas antes que atingisse o possível objetivo, ou seja, a morte dos animais, os três porcos desapareceram.

Os leitões, que foram posteriormente batizados de Lucia, Simon e Benjamin, foram salvos pelo De Glemte Danske, um grupo de ativistas criado em nome dos direitos e bem-estar animal, com o apoio de Caspar Steffensen, amigo de Marco Evaristti.

“Liguei para a polícia no sábado para reportar o roubo dos leitões e tive de fechar toda a exposição por causa disso. Fiquei muito desapontado quando Caspar me disse na terça-feira que estava envolvido no roubo”, contou o artista à agência de notícias Associated Press “Mas depois pensei nisso durante algumas horas e percebi que, pelo menos assim, os porquinhos teriam uma vida feliz.”

Caspar disse que decidiu ajudar no salvamento dos animais depois de a sua filha de dez anos ter pedido ao pai para “garantir que os porquinhos não morriam”. O amigo de Evaristti não planeava revelar o plano ao artista, mas quando o grupo de ativistas publicou esta terça-feira, 4 de março, um comunicado a assumir o resgate dos três animais, acabou por confessar.

O grupo de ativistas contou que antes de salvar os suínos, tinha entrado em contacto com o artista a frisar que tinha condições de oferecer-lhes uma casa “feliz e segura.”

“Após a falta de resposta de Marco Evaristti, enviámos um representante à exposição para transmitir a mensagem pessoalmente”, escreveu. “Na manhã de sábado, fomos contactados por um dos colegas de Evaristti, que nos informou que os porcos poderiam ser recolhidos. Rapidamente iniciámos um plano para a recolha, que foi concluído conforme o combinado. Não houve qualquer roubo ou furto.”

Os ativistas acrescentaram que estão em contacto com a polícia de Copenhaga e já terão enviado um alegado documento que prova que o resgate dos animais não aconteceu de forma ilegal. 

Estão a salvo.
Estão a salvo.

Por outro lado, Evaristti não vai desistir da exposição. Além da jaula com os três animais, tinha vários quadros sangrentos de porcos expostos no local. Agora, o artista disse que quer recuperar alguns corpos de leitões mortos nas fábricas de processamento de carne para os apresentar ao público.

“Estou no processo de aquisição de animais que morreram de fome ou de outras circunstâncias terríveis na agricultura. Quero exibi-los num frigorífico transparente”, disse ao jornal “Ekstra Bladet”, acrescentando que o objetivo era encher o frigorífico até ao ponto de rebentar para mostrar como os suínos são mantidos em pequenas jaulas nos matadouros. “Estou disposto a pagar um preço elevado”, confessou.

Em Portugal, muitos animais criados para serem mortos recebem uma segunda oportunidade. É o caso de Luz, uma porquinha que após ser salva de um incêndio em Gondomar, foi viver para o Animal Save & Care Portugal, um santuário em Palmela. Ali, recebeu todos os cuidados de que precisava e reuniu-se com o mano também resgatado, Gabriel.

De seguida, carregue na galeria para recordar a história de Luz , Gabriel e dos seus restantes irmãos.

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