Salvar vidas é uma das principais missões dos bombeiros voluntários. Seja na prevenção ou combate a incêndios, no apoio do socorro a náufragos, em casos de inundações, desabamentos ou quaisquer outros acidentes, os soldados da paz lá estão, sempre prontos a arriscarem as suas vidas para ajudarem quem mais precisa. E o lema “todas as vidas contam” é levado muito a sério – sejam que vidas forem. Exemplo disso são os resgates de quatro gatos, três cães e uma tartaruga só na última semana e meia.
Logo no dia 17 de agosto, um sábado, os Bombeiros de Santo André salvaram dois gatitos de um incêndio que consumiu uma área de pasto e mato no Monte Chãos, concelho de Sines – distrito de Setúbal. “Dois gatinhos bebés foram hoje salvos pelos nossos operacionais no incêndio rural que deflagrou em Sines”, escreveu aquela corporação numa publicação no Facebook com duas fotos dos pequenos felinos já a salvo.
Dois dias depois, novos salvamentos em diferentes cenários, também com finais felizes. “Um especial agradecimento e louvor aos bombeiros Diogo Coelho e Nuno Castro que efetuaram o resgate da gata Maria. Caiu de uma altura de mais de três metros, num local inacessível e sem possibilidade de sair pelos próprios meios, sendo necessária a intervenção dos Bombeiros Voluntários de Guimarães”, elogiou a tutora da felina, Mariana Pereira, num post de agradecimento. “Muito obrigada Diogo, muito obrigada Nuno, pelo profissionalismo, educação, e pela amabilidade para com os animais. Essencialmente, o que move os/as bombeiros/as é o cariz humanitário, fazendo-o em regime de voluntariado. Porém, cabe ao município de Guimarães honrar-lhes a dedicação, convertendo-os em sapadores com todos os direitos e regalias. A Maria está bem, ainda que muito assustada”, rematou.
Casal espanhol e cadela resgatados no Parque Natural da Peneda-Gerês
Nessa mesma segunda-feira, também os Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez foram acionados para uma situação urgente – desta vez, um resgate de alta montanha no Parque Natural da Peneda-Gerês (PNPG). A operação foi realizada e concluída com êxito, depois de conseguirem, com a ajuda da Força Aérea, retirar em segurança um casal espanhol e a sua cadela.
“Esta tarde, pelas 17h30, os Bombeiros de Arcos de Valdevez foram mais uma vez acionados para mais um resgate de alta montanha no PNPG. (…) Esta resolução da ocorrência contou com a preciosa ajuda da Força Aérea Portuguesa, através da sua equipa de resgate ‘Os Zangões – Esquadra 552’ sediada em Ovar, que com o seu helicóptero ‘koala’ efetuaram a recuperação de um jovem casal espanhol e a sua cadela. Para esta ocorrência, os Bombeiros de Arcos de Valdevez mobilizaram uma equipa de resgate, constituída por cinco elementos, que em estreita coordenação com o helicóptero procederam à recuperação do jovem casal espanhol. Destaca-se também o excelente apoio e articulação com a Sala de Operações do Comando Sub-Regional do Alto Minho”, explicaram os soldados da paz de Arcos de Valdevez.
Segundo aquela corporação, também ajudou o facto de ter havido alguns fatores que facilitaram a operação: “O local onde o jovem casal pediu ajuda tinha cobertura de rede de telemóvel que facilitou a localização e a comunicação entre todos os envolvidos. Também as temperaturas (na casa dos 20ºC) que se faziam sentir no local, apesar de ser um território de alta montanha, garantiram àquela hora algum conforto”, refere ainda o post, alertando que “circular na serra não é passear na cidade”.
Uma curiosa tartaruga chamada Rosinha… que teve muita sorte
Na quarta-feira, 21 de agosto, novo resgate de um animal, mas desta vez menos comum…uma tartaruga. Numa publicação bem humorada, os Bombeiros Voluntários do Concelho da Moita relataram no Facebook como tudo aconteceu. “Pergunta: Pode uma tartaruga meter-se em apuros? Resposta: Pode sim, mesmo que muito devagarinho…” – é assim que começa o animado post, que conta com cinco fotos que mostram o durante e o depois da operação.
“T., chamemos-lhe T., tem uma tartaruga de estimação. Não se riam muito, porque nas notícias vemos factos mais extraordinários. Já vimos linces, cobras e cangurus como animais de estimação, pelo que uma tartaruga não será motivo de riso, muito menos para T. que tem uma amizade muito especial com a Rosinha (cujo nome pode ser fictício…). A Rosinha, um destes dias desapareceu. Não para parte incerta como na canção dos Trovante, mas desapareceu. Na verdade, sabíamos onde é que a Rosinha se enfiou, porque nos disseram, e tínhamos uma missão de resgate em pleno curso. Um tubo sem proteção e aí vai a Rosinha, que em hora infeliz descobriu que cabia à justa dentro do tubo e que não dispunha de marcha-atrás. Foi preciso escavar o suficiente para a alcançar e usar todo o manancial de técnicas de resgate que os nossos homens e mulheres conhecem sobre tartarugas. Uma vez mais, não é motivo de riso, porque os manuais de resgate não dispõem (ainda) de um capítulo sobre tartarugas, mas se é para salvar, os Bombeiros da Moita salvam!”, dizem na publicação.
Portanto, “depois de uma longa e porfiada missão, a Rosinha viu novamente a luz do dia e regressou à companhia de T. em excelente condição física, e isso, meus caros, é a melhor conclusão que uma missão de resgate pode ter. Seja um canguru, um lince ou uma Rosinha. No final houve sorrisos de todos os envolvidos. E a pessoa que está a escrever este texto, depois de um zoom à cara da Rosinha, está em condições de afirmar que até a tartaruga sorriu… Julguem vocês mesmos”, remata o post, com uma assinatura orgulhosa: “Bombeiros Voluntários do Concelho da Moita. Ao seu lado, a salvar pessoas e animais, desde 1933”.
Mondego, o Serra da Estrela que caiu a um poço
Logo no dia seguinte era a vez de anunciar o resgate de um Cão da Serra da Estrela que se tinha metido em sérios apuros. “Há dias de cão – que o diga o Mondego! O animal, da raça Serra da Estrela, caiu recentemente num poço, na localidade da Quinta da Ferreira, freguesia de Covões. Valeu-lhe a rápida intervenção da equipa dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede, que o conseguiu resgatar antes que o pior acontecesse”, escreveu a corporação no Facebook, com fotos do poço e do feliz patudo já depois de ter sido retirado.
No domingo, dia 25, mais animais a precisarem de ajuda e mais soldados da paz a concluírem resgates com sucesso. Um deles foi levado a cabo pelos Bombeiros Voluntários de Matosinhos-Leça, que acudiram a uma jovem felina que estava muito aflita. “Na tarde de hoje resgatámos uma gatinha que estava presa numa varanda, em Leça da Palmeira. Graças a toda a equipa, a Kitty ainda voltou a tempo do lanche a casa”, contaram estes operacionais, felizes com o desfecho. “Todas as vidas contam!”, remataram.
Mas o resgate de animais não se ficou por aí nesse dia. Em Mora, no distrito de Évora, um pequeno patudo teve também muita sorte, já que caiu num poço mas foi ouvido por uma moradora local que pediu de imediato ajuda. “Alguém conhece este cão? Encontrei-o dentro de um poço. Chamei os bombeiros e felizmente conseguiram-lhe salvar a vida. Um obrigada aos Bombeiros de Mora”, agradeceu Patrícia de Sousa numa publicação com três fotografias, sendo visível um olhar do patudo entre o assustado e o aliviado depois de uma aventura que poderia ter corrido muito mal.
Os bombeiros portugueses continuam, assim, a salvar pessoas e animais pelo país fora, sempre a postos para mais uma missão. Percorra a galeria e veja as fotos destes resgates da última semana e meia.
