Há exatamente um ano, em janeiro de 2022, Stacie Elliott, de 43 anos, deparou-se com uma publicação sobre um cão no Facebook. Tratava-se de Bubbles, um Beagle de cerca de nove meses que logo lhe roubou o coração. Apaixonada pela raça desde miúda, a tutora não conseguiu continuar a ver os restantes conteúdos e resolveu entrar em contacto com a responsável pelo post para adotá-lo oficialmente.

Quando foi resgatado, Bubbles sofria de “várias anomalias congénitas” e por causa da deterioração das retinas, já não conseguia ver. “Com o alto risco de desenvolver glaucoma e por causa das dores que sentia, decidimos remover os seus olhos enquanto ele era jovem e resiliente para poupá-lo de qualquer dor adicional”, começa por contar à PiT Stacie. Com menos de um ano, não foi difícil para Bubbles adaptar-se à nova vida.

Já para a tutora, também não podia ter corrido melhor. “Sempre adorei cães, mas os Beagles têm um espaço especial no meu coração”, confessa. “Acho que são as orelhas caídas e o facto de serem uma raça mal compreendida. São ótimos cães e por causa disso, são altamente testados em laboratórios. Mas também são teimosos e barulhentos”. E Bubbles que o diga.

Além de ter uma energia inesgotável, o Beagle tem uma particularidade: adora “conduzir” um Jeep. “Começou como uma brincadeira. Encontrámos um Jeep numa loja de revenda e ficamos encantados quando ele saltou para dentro por vontade própria”, recorda. “Depois de algumas aparições sociais, ficou evidente que o brinquedo precisaria de ser personalizado para um cão — e conseguimos arrecadar doações suficientes dos nossos apoiantes para que isso acontecesse”.

Bubbles tem uma missão e não está sozinho

Quando o Beagle chegou na nova casa no estado norte-americano de Michigan, Nugget já lá estava. A cadela da mesma raça nasceu em julho de 2021 como filhote de Ellie, a primeira Beagle de Stacie Elliot. E assim como o irmão mais novo, também é especial.

Nugget nasceu com a síndrome do cão nadador, uma condição rara na qual o animal é incapaz de ficar fisicamente de pé ou andar, só conseguindo ficar deitado com o abdómen no chão e as patas estendidas. “Tivemos de a ensinar a usar as pernas e ainda hoje ela tem uma caminhada diferente dos outros cães”, conta-nos a tutora. Graças à Nugget, Stacie começou a dedicar-se a animais e miúdos carentes.

Hoje, é fundadora da “Bubbles the Blind Beagle”, uma fundação que visa dar plataforma para animais e miúdos com necessidades especiais. “Foi construída através da capacidade de Nugget de liderar com amor e a compaixão que ela tem pelas necessidades especiais de Bubbles. Tudo começou com a hashtag #LoveLikeNugget [ame como Nugget]”, explica Stacie. Todas as semanas, a tutora e a dupla visitam entre uma e três escolas no centro-oeste do país.

“Fazemos apresentações sobre espalhar bondade como base para a prevenção do bullying. Às vezes, vamos às escolas só para passar um tempo com os alunos com deficiência ou com aqueles identificados pela equipa como vítimas de bullying”, partilha. “Focamos na superação de deficiências e resiliência. Também apoiamos outras organizações na nossa área através de eventos e encontros sociais”.

Com a ajuda de Nugget, que é a sua “alma gémea” e a “cadela guia”, Bubbles faz tudo o que quer. No seu Jeep, tem até um espaço especial para a irmã. “Eles são inseparáveis desde o primeiro dia”, realça a tutora. “O que Bubbles mais gosta de fazer é ‘conduzir’ o Jeep e ser um cão. No fim do dia,  é isto que ele é: um cão. Come, dorme, brinca e dá-nos carinho”.

Carregue na galeria para conhecer Bubbles, Nugget e Stacie.