A marcha foi no sábado, em Lisboa, mas ainda não há cães adotados. Nem poderia haver. “Na Casa dos Animais de Lisboa (CAL), as pessoas são incentivadas a visitar os animais mais que uma vez, antes de fazerem a adoção e, por tal, só algum tempo depois se podem extrair conclusões quanto aos resultados das adoções,” conta à PiT, Sofia Baptista, chefe de divisão da CAL.
A campanha recebeu o nome de Proud Dogs. Love is Love e foi uma iniciativa da empresa VMLY&R com o apoio da Tonic Events, que propôs inicialmente a participação na marcha com alguns patudos, para reforçar a ideia de que todos os animais e pessoas, independentemente das suas diferenças, têm direito a uma vida em família. Por questões de segurança e bem-estar animal, foi decidido não se levar os animais na marcha. Optou-se por uma campanha online e com vários MUPI na cidade de Lisboa, com especial incidência nas zonas da Marcha LGBTI+ e Baixa Pombalina.
Proud Dogs. Love is Love foi uma campanha desenvolvida pela agência VMLY&R e as fotografias captadas pelo fotógrafo João Azevedo, autor do projeto @bemyfriendpt .
Do Príncipe Real à Ribeira das Naus, aqueles que marcharam orgulhosos pela liberdade, puderam ver ao longo do caminho vários cartazes com cães igualmente orgulhosos mas que tanto precisam de uma família, seja ela como for.
Estes cães também “acompanharam” a marcha nas redes sociais, com mais fotos partilhadas pela Casa dos Animais de Lisboa e pela Câmara Municipal de Lisboa.
Em conversa com a PiT, a Tonic Events, que apoiou toda a produção da campanha, explica por que razão fez tanto sentido aliar a campanha a este evento: “Ambas as causas falam do mesmo: amor. Por isso facilmente se cruzam.”
A campanha revelou-se um sucesso nas redes sociais, onde também atuou. Para além disso, foram várias as partilhas de fotografias tiradas aos MUPI, com o Hashtag #LisboaPride. “Tivemos ainda muitas pessoas a dar os parabéns pela iniciativa através das redes sociais, em particular através no Messenger”, garante a responsável.
Foram dois, os objetivos principais da campanha: por um lado, o aumento da notoriedade da Casa dos Animais de Lisboa e do seu trabalho e, por outro, a divulgação dos animais que se encontram para adoção. “A nossa aposta será sempre no incremento do número de adoções”, explica Sofia Baptista.
De acordo está a Tonic Events. “Acreditamos que esta campanha, mesmo que não resulte em adoções no imediato, irá proporcionar uma maior notoriedade à instituição, que a longo prazo pode resultar num número elevado de adoções”, comenta um representante da empresa.
A campanha, apesar de inédita, foi apoiada pela autarquia liderada por Carlos Moedas, em particular pelo vereador com o pelouro da Proteção Animal, Ângelo Pereira, bem como pela Diretora Municipal de Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia, Catarina Freitas.
Para a Tonic Events, o processo de criação da campanha foi memorável: “Fotografar estes animais foi uma experiência incrível, vê-los felizes a interagir com os tratadores, muito dedicados, é de alguma forma tranquilizador.” O representante da empresa não esconde orgulho e emoção. “Foi igualmente incrível ver todos os envolvidos emocionados com a possibilidade de cada uma daquelas fotografias poder vir a resultar numa adoção. Seja qual for a família só há um requisito: muito amor para dar.”
Quem precisa de ajuda não olha a preconceitos
A Casa dos Animais de Lisboa recebe anualmente entre 700 e 800 animais abandonados e negligenciados, que recupera e coloca para adoção. A taxa de adoção média, entre cães e gatos, é de cerca de 91% e, de momento, encontram-se para adoção cerca de 150 cães e 70 gatos, dos quais muitos são ainda bebés.
Apesar de a taxa de adoção parecer elevada, ainda há um grande caminho a percorrer no que toca à forma como se tratam os animais em Portugal. É através de iniciativas deste género que os passos são dados.
Percorra a galeria e conheça os Proud Dogs e o que têm para contar: