Animais

Collie abandonado “infestado de larvas”. Foi resgatado e está a resistir à morte

João foi salvo pela Ajuda a Alimentar Cães de Rua, na Madeira, depois de ter sido deixado nas traseiras de um supermercado.
Foi resgatado.

“Um cão de raça Collie, que claramente pertencia a alguém”, e que foi encontrado “cheio de larvas e de buracos” — João foi resgatado pela associação Ajuda a Alimentar Cães de Rua, da Madeira, que duvidou da capacidade que o cão teria para recuperar, devido ao grave estado em que estava. Apesar da apreensão dos cuidadores, o patudo sénior está a responder aos tratamentos, e mostra bastante apetite, mesmo só conseguindo comer das mãos dos membros da equipa.

Mariana Nóbrega explica ter chegado um pedido de ajuda à associação, além das várias denúncias que corriam já nas redes sociais. O resgate aconteceu em São Vicente, na Madeira, na passada terça-feira, 23 de junho, depois de o animal ter sido deixado nas traseiras de um supermercado para morrer. “Queremos muito que ele sobreviva, fique saudável e tenha a oportunidade de ter uma família”, diz à PiT a líder da equipa.

“É impossível não sermos invadidos pela raiva e pela tristeza”, escreve a associação nas redes sociais, expondo o caso com fotografias e vídeos, onde João pode ser visto deitado no local onde foi encontrado, debilitado e imóvel devido à dor que sentia. “Ele está mesmo mal”, afirma Mariana na filmagem. 

O cão foi enrolado numa manta e transportado de urgência para a clínica onde permanece internado. A equipa descreve este caso como “gravíssimo”, explicando que João “estava infestado de larvas, com buracos por todo o corpo”. “A dor que ele sente é indescritível. Alguém o deixou neste estado por muito tempo e isso é cruel”, acrescenta.

A tosquia do Collie foi o primeiro passo do seu tratamento. Cada corte da máquina revelava mais larvas do que se poderia imaginar, denunciando as feridas de que se alimentavam, que foram limpas e desinfetadas. O cão foi medicado e foi-lhe administrado soro, que mantém até agora.

Mariana Nóbrega expressou estar particularmente indignada com o caso de João, que descreveu como uma “barbaridade”, e que avançou espelhar aquilo que ainda é a visão que ainda existe entre grande parte da população da Madeira, onde afirma que “diariamente, os animais continuam a ser vítimas de maus-tratos, negligência e abandono. E, na esmagadora maioria dos casos, os responsáveis permanecem impunes”.

“Não me peçam silêncio. Não me peçam complacência. Não me peçam para proteger quem maltrata, abandona ou negligencia animais. Porque não o farei. Jamais”, escreveu a líder nas redes sociais. À PiT, Mariana avança que o autor dos maus-tratos perpetrados contra João foi já identificado com a ajuda da PSP (Polícia de Segurança Pública), e que todas as provas foram reunidas para sustentar a denúncia que apresentaram.

A primeira noite que João passou na clínica foi a que mais apreensão gerou entre os seus salvadores, que não sabiam se o cão sobreviveria. Felizmente, pela manhã o patudo aceitou um banho quente, conseguiu levantar a cabeça pela primeira vez e, “apesar dos olhos esbranquiçados, está a espreitar tudo”. Além disso, mostra ter bastante apetite, comendo apenas patê.

Aos poucos, o patudo está ainda a voltar a andar. No passado domingo, 29 de junho, conseguiu finalmente voltar a caminhar sozinho, deixando a equipa mais esperançosa face à sua recuperação. Esta adianta que os tratamentos vão continuar, apelando a que sejam feitas doações para que a associação consiga suportar os custos veterinários.

Carregue na galeria para conhecer João.

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