Animais

Com feridas abertas e a comerem do lixo. A realidade dos cavalos usados no turismo

Os animais vivem em condições precárias e são forçados a transportar diversos viajantes. Caso não o façam, são espancados.
A tentarem sobreviver.

Já lá vão três anos desde que a sede asiática da People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) deu início a uma investigação que desvendou os maus tratos de cavalos em várias regiões do Egito, como a Grande Pirâmide de Gizé, Sacará e Luxor. Sem água, comida ou sombra, diariamente os animais são forçados a transportar viajantes em temperaturas extremas.

Desde então, a associação tem publicado vários vídeos a mostrar cavalos com feridas abertas e lesões graves não tratadas a procurarem comida nos contentores de lixo. A PETA Ásia informou que encaminhou o material para Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito, sendo que este respondeu a dizer que não irá fornecer água ou sombra aos animais até a última metade de 2023.

Mais recentemente, a equipa da associação asiática publicou um vídeo de um cavalo desmaiado na Grande Pirâmide de Gizé. Contudo, não recebeu nenhuma resposta da parte do ministério.

Nesta terça-feira, 4 de outubro, a associação partilhou uma versão do vídeo que se tornou viral em 2019 (imagens sensíveis), e fez um novo apelo no Instagram: “O governo egípcio prometeu proteger estes cavalos, mas o material que a PETA Ásia expôs revela como eles estão claramente a falhar. Aceda ao perfil da @tourismandantiq e exija o FIM das carruagens puxadas por cavalos AGORA!”.

São diariamente espancados

Para além das condições precárias em que vivem, os cavalos são constantemente espancados pelos seus responsáveis, principalmente, quando estão demasiado cansados para continuarem a viagem.

“Trabalhadores em Gizé foram vistos a espancar continuamente um cavalo que desmaiou ao ser forçado a transportar um turista numa carruagem”, escreveu a PETA na página oficial da investigação. “Não pararam de lhe bater até ele se levantar. Testemunhas oculares relatam que o animal foi obrigado a voltar ao trabalho, apesar de ter ficado gravemente ferido na queda”.

Os cavalos, porém, não são os únicos animais vítimas de maus tratos. Apesar de serem o foco da investigação, a associação também cita maus tratos contra os camelos. “As testemunhas também observaram camelos que foram, violentamente, espancados com paus por homens e crianças no mercado de animais de Birqash, antes de serem vendidos para a indústria do turismo”, revela a PETA.

Os animais que não estão em condições para transportar pessoas, voltam para o mercado para serem vendidos para a indústria da carne. “Os turistas que pagam estes passeios estão a sustentar estas operações”, frisa a PETA. “Ao reservar uma viagem para o Egito, pergunte à sua empresa de turismo e hotel se eles promovem estes passeios. Se o fizerem, explique porque deveriam parar de o fazer”, pede a associação.

Percorra a galeria para ver o estado dos animais (imagens sensíveis).

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