O ano começou com uma notícia de partir o coração para aqueles que estavam a acompanhar a história de Tahlequah. A orca que se tornou viral em 2018 após carregar o corpo da cria morta por 17 dias, tendo percorrido mais de 1.600 quilómetros, está novamente a lidar com o luto. A 1 de janeiro, foi confirmado que a gigante foi vista a carregar o corpo da mais recente cria, J61, que nasceu no final do ano de 2024.
“A passagem de ano de 2024 foi um dia de altos e baixos extremos”, começou por escrever o Center for Whale Research, uma instituição dedicada à conservação das baleias que há muitos anos acompanha Tahlequah (J35 é o seu nome formal). “Temos a confirmação que há um novo bebé na família J Pod mas, infelizmente, também recebemos a devastadora notícia de que J61 não sobreviveu.”
Os investigadores voltaram a atualizar a publicação a confirmar que a mamã foi vista a repetir o comportamento que rodou o mundo em 2018. Desta vez, está a carregar o corpo de J61.
“A morte de qualquer bebé na população de orcas é uma perda tremenda, mas a morte de J61 é particularmente devastadora, não só porque ela era uma fêmea, que poderia um dia ter potencialmente liderado a sua própria linhagem matricial, mas também dada a história da sua mãe, J35, que já perdeu duas das quatro crias que conhecemos – ambas do sexo feminino”, lamentou. “Toda a equipa do Center for Whale Research está profundamente triste com esta notícia e continuaremos a fornecer atualizações sempre que possível.”
O nascimento de J61 tinha sido confirmado em dezembro. E apesar da notícia ter trazido esperança aos biólogos, também os preocupou. Acreditava-se que a cria era prematura e estava a apresentar problemas durante a amamentação.
“Os investigadores do NOAA Fisheries NWFSC conseguiram passar algum tempo na água com a J61 e afirmaram que observaram a bebé a permanecer debaixo de água durante longos períodos de tempo, provavelmente a amamentar ou a tentar”, avançou a Orca Conservancy, uma organização sem fins lucrativos, no X (antigo Twitter), na altura.
O problema enfrentado pela mais recente bebé estava possivelmente relacionado com a saúde de Tahlequah durante a gestação. Em outubro, altura em que estava supostamente grávida, a orca tinha “condições corporais subnormais”, quando, idealmente, as mamãs devem ser “robustas, com um amplo armazenamento de gordura para ajudar na lactação.”
Uma das possíveis causas para tal, é a pesca desenfreada, especialmente de salmão, que afeta drasticamente o desenvolvimento das orcas, visto que não têm alimentação suficiente na água e consequentemente, acabam por não conseguir produzir leite suficiente para os seus bebés. A poluição e as alterações climáticas também estão entre os fatores de risco principais.
Na maioria dos casos, as orcas são acompanhadas por outros animais da espécie. Cada família é conhecida como “pod” e mesmo em casos extremos de perda, onde uma progenitora carrega a cria morta por vários dias, os indivíduos tendem a permanecer juntos, de forma a prestar apoio à mamã. A perda de um bebé pode afetar todo o grupo.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre a história de Tahlequah.