A Doggato, empresa portuguesa de alimentação e artigos para animais, vai apostar numa nova ração hipoalergénica para cão, à base de proteína de inseto. Trata-se de uma alternativa às dietas hipoalergénicas já comercializadas e que a marca nacional prevê lançar no final do verão deste ano.
“Normalmente, quando os cães são alérgicos a um tipo de ração, é muito difícil descobrir a causa dessa rejeição”, afirma à PiT João Pinto, sócio gerente da Doggato, acrescentando que esta nova aposta será “uma boa alternativa para os patudos, uma vez que é pouco provável que um cão que nunca comeu ração à base de proteína de inseto seja alérgico a isso”.
A proteína de inseto está ser cada vez mais usada em todo o mundo para consumo humano e animal, desde que há um ano Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar deu luz verde ao consumo humano da proteína de inseto. Já em 2013, aliás, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) defendia a introdução de insetos na gastronomia ocidental. “Os insetos são alternativas nutricionais e saudáveis a opções comuns como o frango, porco, vaca e até peixe”, escreveu a FAO num relatório.
A nova aposta da Doggato, empresa sediada na Maia, nos arredores do Porto, é uma das quatro variantes de ração hipoalergénica que serão lançadas até ao final do ano pela marca, que iniciou em março a comercialização da ração hipoalergémica Sensitive Salmão e Arroz.
“Já tínhamos Borrego e Grain Free Salmão, a que juntámos a Sensitive. Até ao final do ano vamos ter ainda mais quatro variantes”, explica João Pinto, que enfatiza a estratégia da Doggato na produção de “uma marca própria de alta qualidade a baixo custo para cães e gatos”.
Sem intermediários
E o segredo para essa “qualidade a baixo custo” é, segundo o gerente da empresa, a “ausência de intermediários”. “Somos a única marca no mercado português com ração para cão e gato e ainda areia que produzimos e entregamos sem intermediários”, justifica. João Pinto dá um exemplo. “Durante a cadeia produção-comercialização-entrega, as marcas têm normalmente quatro ou cinco intermediários. Cada intermediário tem uma margem de lucro de 10 a 15%, portanto, é fácil perceber que o cliente paga sempre. E é isso que faz o preço das rações”.
Por isso, dispensando os intermediários, a Doggato promete “preço justo” por uma “ração diversificada e de qualidade, quer no segmento premium, quer nas dietas hipoalergénicas”.
A ração, “100% natural, sem corantes ou conservantes artificiais”, é produzida em Espanha, na fábrica El Mubas, “a maior da Europa”: “nós desenhamos as fórmulas, e eles produzem com o apoio de veterinários”.
Faturação dispara com pandemia
Além das marcas próprias, a Doggato, que foi lançada em 2016, representa mais de 60 marcas de alimentação, cujas rações podem ser adquiridas no site. “E somos nós que enviamos para casa do cliente, que não tem de se preocupar com a entrega”, explica. Foi essa, aliás, o motivo que levou João Pinto a criar, com mais um sócio, a empresa. “Eu já era desde 2011 representante em Portugal da Husse, uma marca sueca, e uma das vertentes mais fortes do negócio era a entrega ao domicílio, que não era uma coisa muito habitual, então”.
O negócio cresceu exponencialmente durante o confinamento motivado pela pandemia. “A nossa faturação na Doggato cresceu mais de 35% entre 2019 e 2020”, conta o gerente da empresa, que acredita que “cliente satisfeito é sempre cliente fidelizado”.
E foi por isso que a Doggato lançou recentemente o Plano Alimentar mensal. “No site, o cliente inscreve-se com o seu nome, o nome do seu cão, a raça, a idade, eventuais problemas, se tem excesso de peso ou problemas de pelo, e o sistema cria um plano adequado às características do animal, com a ração e a dose diária certa”. Dessa forma, o cliente deixa de se preocupar com o final da comida do seu patudo, porque “o sistema calcula quando é chegada a altura de enviar alimentação para casa”. A partir daí gera-se uma referência multibanco, que, assim que paga, desencadeia o transporte do saco de ração. “É muito cómodo para as pessoas, porque deixa de haver aquela preocupação que todos conhecemos”, diz João Pinto.
Além do saco de ração, a Box inclui ainda um doseador, um miminho e snacks de oferta para o pet (seja cão ou gato). Os portes são gratuitos.