Animais

Dogs 4 Wildlife: estes cães combatem caçadores furtivos e protegem a vida selvagem

O projeto treina patudos para integrarem equipas de proteção dos animais selvagens em reservas de África.
Protegem as espécies em perigo.

Além de cumprirem o importante trabalho de animar os tutores com uma aparência fofa, e de exigirem comida todos os dias à hora exata, os cães têm ainda um papel inegável a ajudar aqueles que mais precisam — seja para encontrar criminosos, para levar alento aos mais frágeis, ou ainda desempenhando trabalhos perigosos em zonas de conflito. A Dogs 4 Wildlife nasceu com este propósito, mas, neste projeto, as vítimas protegidas pelos patudos são animais selvagens.

A organização sem fins lucrativos atua há uma década, criando e treinado cães para proteger a vida selvagem em África, ameaçada por caçadores furtivos. Na página oficial, explica que o papel dos patudos pode ser desempenhado de duas formas: farejando os criminosos, ou ajudando a imobilizá-los e a detê-los diretamente.

A ideia para o projeto nasceu há 10 anos, quando os fundadores Darren Priddle e Jacqui Law se depararam com fotografias de um rinoceronte africano morto, vítima de caça furtiva. Ambos treinadores profissionais, dedicavam-se a criar cães de trabalho para a polícia, segurança e operações militares — conhecimentos que decidiram aliar ao amor pela vida selvagem.

À CNN, os britânicos explicaram que as imagens os afetaram profundamente. “No Reino Unido, podemos utilizar cães para localizar pessoas, para procurar drogas, armas de fogo e explosivos, por isso, por que razão não poderíamos desenvolver os cães que estávamos a treinar para os esforços de conservação?”, adiantam.

Pastores Holandeses e Pastores Belga Malinois são as raças de eleição para o rastreio e perseguição. Já os Labradores e Spaniels são preferidos para farejar. Por ano, treinam uma ou duas ninhadas, dependendo dos pedidos que chegam.

Fazem parte da equipa.

O trabalho com os cães começa assim que nascem, com exposição constante ao toque, e a diferentes ambientes, sons, texturas, odores e até temperaturas. É concluído ao 18 meses, e consiste num processo idêntico ao que é empregue para formar cães polícia ou de segurança. O foco é a obediência e detecção de odores, que nestes casos são orientadas para farejar chifres de rinoceronte, marfim de elefante, e carne de animais selvagens.

Os cães são ainda aclimatizados aos estímulos das zonas em que terão de atuar, para que sejam dessensibilizados aos sons e cheiros das espécies. Para tal, são organizadas visitas a jardins zoológicos.

Quando estão prontos para dar início à missão, os patudos fazem a viajem de avião até ao destino final. Darren Priddle acompanha cada um, permanecendo um mês no local para instruir a unidade anti-caça furtiva em questão com formação de campo e bem-estar animal.

As despedidas não são fáceis, mas os treinadores cumprem o prometido, sabendo que os patudos desempenham papéis essenciais. “A transição entre passar todos os momentos com o cão e depois deixá-lo ir é desafiante e difícil. Mas, por muito que me parta o coração quando eles partem, sei que estão a partir para um bem maior”, afirma Jacqui Law.

Desde que iniciaram o projeto, enviaram já 15 cães para cinco países africanos diferentes: Zimbabué, Tanzânia, Moçambique, África do Sul e Ruanda. 

Entre os 12 projetos até agora contemplados, estão o grupo “Akashinga Rangers”, constituído apenas por mulheres, para o qual os patudos localizam corpos de animais, munições e armas de fogo escondidas, permitindo à unidade encontrar os objetos e apreender os caçadores.

Também a reserva Renosterpan, na África do Sul, recebeu cães, que ajudam a proteger espécies como Antílopes, Girafas, Zebras, Búfalos, Leopardos, e ainda os ameaçados Pangolins, e os 10 Rinocerontes-Brancos que vivem no terreno.

Carregue na galeria para saber mais sobre o projeto de proteção da vida selvagem, e conhecer alguns dos patudos envolvidos.

 

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT