Tem uma conta de Instagram ou de Facebook só para o seu pet? Adora partilhar vídeos divertidos ou emocionantes com animais? Se respondeu afirmativamente, então faz parte da chamada cute economy — a Economia da Fofura.
Se o seu cão ou gato tem mais seguidores do que você, se é um campeão do Instagram ou tem milhares de likes quando coloca uma foto dele no Facebook, então não restam dúvidas. É fofo, logo existe na Economia da Fofura. Um fenómeno que está em crescendo no mundo inteiro.
O termo foi cunhado por James Meese, analista de media, que define a cute economy como a criação e circulação de conteúdos gerados pelo utilizador e que apresentam entidades (animais, bebés, plantas, objetos, etc.) que são vistos como fofos, explicam Ghalia Shamayleh e Zeynep Arsel — mestranda e docente da universidade australiana de Concordia — no “The Conversation”.
Embora a partilha de fotografias de animais queridos não seja uma coisa nova, este é um segmento que agora já tem nome e que ganha uma dimensão cada vez maior.
No caso dos pets, a sua fofura é retratada através dos seguintes arquétipos: animais com ar de pateta, animais pequenos ou novinhos, conteúdo inter-espécies, parelhas criança-animal, tamanhos e rácios extremos (muito pequenos ou muito grandes), expressões invulgares e comportamentos que consideramos muito semelhantes aos nossos.
Não só quem cria os conteúdos faz parte da Economia da Fofura. Quem partilha e mete likes em todas as fotos e vídeos fofinhos pode subir a bordo, pois também está a contribuir para este fenómeno cultural.
Para os criadores, por vezes tudo começou por acaso. O cão lá de casa faz umas expressões giras, a gata parece estar sempre carrancuda ou rabugenta, qualquer coisa pode desencadear um movimento de fãs em contas que têm mais seguidores do que muitos políticos e celebridades.
É o caso, por exemplo, do Jiff Pom, um Lulu da Pomerânia que tem 9,7 milhões de seguidores no Instagram (mais de 30 milhões no conjunto das redes sociais onde “se mexe”) e que em 2014 entrou para o livro de recordes do Guinness por ter sido considerado o cão mais rápido do mundo a andar sobre duas patas.
Há também muitos outros pets célebres, como o Doug the Pug, a gata Nala e a gata Midas, o gato Stepan ou a raposa Juniper.
Entre os pets portugueses, também temos fenómenos como a Weimaraner Pó d’Arroz e a sua família humana e peluda, a Labradora Umi ou o Beagle Simão.
Quando a fama de um animal aumenta desmedidamente, o fenómeno não se fica pela partilha de conteúdo fofinho, podendo vir a ser um negócio multimilionário devido à capacidade dos criadores de monetizarem esse conteúdo.
Foi o caso, por exemplo, da Grumpy Cat, que ainda gera muito dinheiro, por via do merchandising, apesar de já ter morrido em 2019. A sua dona chegou a um ponto em que se dedicou exclusivamente à vida social da gata rabujenta, que era permanentemente solicitada para entrevistas e para presenças em eventos.
Agora, já sabe: se partilhar animais queridos é a sua onda, não está sozinho e há mais gente — muita gente — a surfar neste grande fenómeno cultural da economia da fofura.
Percorra a galeria para saber mais sobre alguns dos animais com grandes legiões de fãs — lá fora e cá dentro.