Animais

Em John Wick, tudo começa e termina com os cães. Conheça as estrelas da saga

Foram usados oito atores caninos para os cinco cães apresentados nos filmes. Durante as filmagens, não faltou diversão — e caos.
John Wick e o cão Bubba.

Não é segredo que a saga de John Wick é uma das mais bem sucedidas de Hollywood. Protagonizada por Keanu Reeves, de 58 anos, segue a história de um assassino reformado, John Wick, que se vê obrigado a voltar a ativa após um acontecimento traumático. Mas desde o início, nunca se tratou de apenas mais um filme de ação com cenários e coreografias de lutas de tirar o fôlego. Afinal, é graças à Beagle Daisy que Wick regressa ao submundo do crime.

Com o quarto filme, estreado a 23 de março em Portugal, a faturar o equivalente a 130 milhões de euros no fim de semana de estreia, a saga manteve a sua essência. Além das lutas, das luzes neon e uma lista de renomados atores hollywoodianos, os cães continuam a ser a chave da saga que conquistou o mundo.

A pequena Daisy, interpretada pelo Beagle Andy, é a primeira a ser apresentada. No primeiro filme, John Wick é confrontado com a perda de Helen Wick, a sua mulher. Poucos dias depois de Helen não resistir à luta contra uma doença terminal, o assassino reformado recebe uma surpresa da falecida mulher: uma cadela para o ajudar a lidar com o luto.

A dupla cria rapidamente um laço e para o assassino reformado, a vida que leva resume-se a duas coisas: cuidar da patuda e os passeios no seu carro, um Boss 429 Mustang de 1969. No entanto, tudo muda quando durante uma parada numa bomba de gasolina, um gangue tenta comprar o seu Mustang preto. Wick diz que não está interessado em vendê-lo e segue o seu caminho.

No mesmo dia, à noite, John é atacado em casa pelo mesmo grupo, que o deixa inconsciente, lhe rouba o carro e mata Daisy. Na manhã seguinte, Wick acorda ao lado do corpo morto da cadela, enterra-a e dá assim início à vingança, que desenrola a história de toda a saga.

Daisy foi interpretada por um Beagle macho.

Na vida real, os produtores não tinham a certeza sobre a morte de Daisy, visto que grande parte dos telespectadores não gostam de assistir animais a morrerem. Contudo, foi tomada a decisão que a morte da pequena era essencial para o desenvolvimento da saga e faria com que várias pessoas se identificassem com as motivações de Wick.

Por outro lado, as filmagens com Andy, não foram fáceis. Afinal, o Beagle tinha apenas oito meses e a conhecida distração de um filhote. Numa das cenas, para conseguirem que a cria saltasse para a cama, tiveram de esfregar gordura de bacon no rosto e nas mãos de Keanu Reeves. E Andy era tão adorável que Omer Barnea, o ator que interpreta o gangster que o mata, sentia-se mal por ter de o “magoar” várias vezes e durante as pausas, passava horas abraçar o patudo para pedir desculpas.

Andy fez parte das filmagens por cerca de três semanas e depois, regressou a empresa responsável por treinar cães para filmes e séries. Quando o filme estreou, o patudo passou pela passadeira vermelha ao lado de Keanu Reeves e na altura acabou por ser adotado por uma amiga da sua treinadora. Com a nova família, recebeu um novo nome: Wick.

Bubba, o Pitbull, foi interpretado por dois cães

Com a morte de Daisy,  Wick deixa a reforma de lado e promete vingar a morte da companheira e última memória da sua mulher. Iosef Tarasov, o gangster russo responsável por a matar, é o primeiro na lista. O jovem é filho de Viggo Tarasov, líder de um poderoso gangue em Nova Iorque, o que torna a jornada mais difícil — mas não impossível. E quando Viggo descobre que Wick foi o homem que o filho atacou, sabe o que está por vir.

No final da narrativa, como é o esperado, Wick sai como o vencedor. E, como no início, tem uma companhia especial. Após a batalha final, o assassino magoado refugia-se numa clínica veterinária, onde cuida dos próprios ferimentos. Lá, encontra várias cães em jaulas e um chama-lhe atenção: um Pitbull que está agendado para ser abatido. John salva-lhe a vida, iniciando assim a segunda parceria mais importante da saga.

Nos filmes seguintes, “John Wick 2” e “John Wick 3: Parabellum”, Bubba, como é apelido por Wick, é meigo e não participa das lutas do tutor. Numa das cenas, o assassino deixa o companheiro no Hotel Continental, cujo proprietário é Winston, amigo de Wick, para partir numa nova viagem de batalhas. O espaço funciona como um território neutro para os membros do submundo do crime e no final do filme, Wick volta para o apanhar.

Na vida real, o Pitbull foi interpretado por dois cães: o macho Burton, no segundo filme, e a fêmea Cha Cha, no terceiro. Embora Burton não tenha causado problemas — passava o dia a brincar com Keanu —, Cha Cha foi protagonista de um acontecimento “assustador” nas filmagens no exterior. A cadela assustou-se com os barulhos da rua e resolveu arranjar uma luta com um cavalo que lá estava. Mas não causou qualquer dano.

View this post on Instagram

 

A post shared by @keanuital

Os Pastores-belga-malinois e as incríveis cenas de lutas

“És um amante dos cães, John?”, é assim que Wick é recebido por Sofia Al-Azwar, a personagem da atriz Halle Berry, e a sua dupla de Pastores-belga-malinois, Dazir e Havan, no terceiro filme da saga. Diferente dos pacíficos cães já apresentados, Dazie e Havan foram treinados para lutar e quando Wick entra na casa da reformada assassina, estes rosnam à espera do comando para atacar da tutora.

A dupla traz ao filme uma nova vertente, destacando-se pelo atletismo e pela parceria de combate com a dona, até então nunca vista antes na saga. Embora John seja o homem mais procurado no terceiro filme, anos atrás fez um compacto de sangue com Sofia e precisa que esta o ajude. Sem poder dizer não, a assassina volta a ativa com os cães ao lado de Wick.

A dupla foi interpretada por cinco cães diferentes: Santana, Tai, Sam 7, Boyca e Ikar, que foram treinados pela própria atriz, com a ajuda de um treinador. A escolha foi feita por Berry que acreditava que as cenas ficariam mais realistas se os animais recebessem ordens da própria, ao invés do treinador por trás das câmaras.

Embora a atividade tenha tornado as cenas e o companheirismo com a atriz mais credíveis, os patudos também trouxeram caos para as filmagens feitas em Marrocos. Graças ao elevado número de gatos vadios, os cães distraiam-se rapidamente. “Muitas vezes era difícil mantê-los focados porque eles viam um gato e saíam a correr. Às vezes, isso acabava por arruinar um bom take”, disse a atriz à revista “Entertainment Weekly”.

Por outro lado, grande parte das cenas de lutas foram feitas pelos próprios animais, sem efeitos especiais — principalmente uma das mais faladas, quando um dos cães saltam nas costas de Sofia e escalam uma parede. Os efeitos só foram usados em momentos em que os Malinois tinham de morder a virilha dos atores.

Por fim, no quarto e mais recente filme da saga, somos apresentados a Mr. Nobody e o seu Pastor-Belga-Malinois sem nome. O assassino quer matar Wick para conseguir o dinheiro que está a ser oferecido pela The High Table, a organização liderada por 12 líderes que governam o crime no submundo, pela sua cabeça. O cão foi interpretado pelos atores de quatro patas do filme anterior — os de Sofia— que regressaram a saga. Desta vez, como um novo personagem.

Mais uma vez durante o filme, vemos o amor de Wick pelos cães — mesmo quando estes estão do lado do inimigo. Numa das cenas mais importantes do filme (spoiler alert), John salva a vida do Pastor-belga-malinois, e o patudo retribui-lhe o favor.

Embora o quarto filme da saga tenha tido um final explosivo, que provavelmente indicava o seu fim,  o seu sucesso pode ter dado aos produtores uma nova ideia para uma possível continuação. “Existe uma vontade e uma abertura. E certamente poderias interpretar aquele final de várias formas”, disse Joe Drake, um dos produtores. “Vamos fazer um pequeno descanso e depois pensar em ideias sobre se existe uma maneira credível de chegarmos ao quinto filme.”

Se acontecer ou não, Keanu Reeves ainda vai voltar à personagem no spinoff “Ballerina”, que conta a história de uma assassina, interpretada por Ana de Armas, e cujo acontecimentos terão lugar entre a história do terceiro e quarto filme da saga. Apesar de ainda não ter data de estreia, acredita-se que chegará no verão de 2024.

Carregue na galeria para conhecer os icónicos cães de John Wick.

ver galeria

ÚLTIMOS ARTIGOS DA PiT