É no colo de Ali Cakas que Enkaz passa a grande parte do dia. Há cerca de cinco dias, o gato de pelagem branca e preta foi adotado pelo bombeiro turco. No entanto, não foi só isso que Ali fez pelo felino que leva a história que viveu no nome que carrega (Enkaz significa “escombros” em português). Por dez dias, Enkaz não conheceu nada alem da escuridão. Sem comida ou água, o gato sobreviveu mais de uma semana até que, por sorte, foi salvo. E a sorte veio na pele de um bombeiro.
Ali faz parte de uma equipa de resgate da cidade de Nurdagi, no sudeste da Turquia. Quando o “desastre do século” atingiu o país, o bombeiro partiu numa missão. Com a ajuda das restantes autoridades, começaram a procurar sobreviventes entre os escombros de um prédio próximo. Salvaram cinco civis e dois gatos. Um deles, era Enkaz.
“Queríamos nomeá-lo após sermos influenciados pelo evento atual, ou seja, ‘Escombros’. É um gato muito giro, inteligente e querido”, disse ao jornal turco “Yeni Şafak”. Contudo, não esperava que o felino fosse significar mais do que mais um resgate. “Ele rapidamente ligou-se a mim, o que chamou a minha atenção e também intrigou-me. Por isso, pensei: ‘Eu deveria adotá-lo'”.
O bombeiro, porém, tinha a consciência de que o gato talvez não estivesse disponível para adoção e que o seu tutor provavelmente iria aparecer para levá-lo. Por horas, esperou que isso acontecesse. Horas essas que Enkaz ficou no seu ombro e colo, como se já soubesse o seu futuro.
Quando ninguém apareceu, Ali seguiu o seu coração. “O gato não me deixou e eu não o deixei”, frisou. “Era óbvio o que estava a acontecer. Apanhei-o e trouxe-o para Mardin”.
A cat was saved from under the rubble in Turkey. It now refuses to leave its rescuer’s side. pic.twitter.com/Nveaxu3QrG
— Anton Gerashchenko (@Gerashchenko_en) February 16, 2023
No novo lar, na cidade turca de Mardin, Enkaz está a viver com Ali, a sua mãe, os seus irmãos e irmãs. Segundo o bombeiro, que é também treinador de mountain bike da seleção turca, todos aceitaram-no como membro da família. No país, estima-se que existam entre 400 mil e 600 mil cães e gatos vadios. Apesar de não terem lar, são muito amados por grande da população, que os alimenta e até os deixam entrar em restaurantes, bibliotecas, lojas, entre outros.
Apesar de ter passado dez dias difíceis, hoje Enkaz tem todo o conforto do mundo. Mas para o felino, a única coisa que importa é o seu salvador. Ao “Daily Mail”, o bombeiro disse que desde que chegou a casa, Enkaz não saiu do seu colo. E se não bastasse ter ganhado uma nova família, também tornou-se na mascote oficial da corporação de bombeiros local. Para quem diz que os gatos não têm sentimentos, é porque nunca se deparou com um “Escombros”…
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