Um Golden Retriever foi resgatado nesta terça-feira, 14 de fevereiro, pela equipa portuguesa na cidade de Antáquia, na Turquia. O cão estava no rés-do-chão de um prédio de quatro pisos “totalmente colapsado”. Desde o passado dia 6, data em que um sismo atingiu o país e a Síria, o patudo estava sem água e sem comida. Foi descoberto por acaso pelos socorristas.
Segundo avançou a Lusa, citada pela CNN Portugal, a equipa portuguesa estava a caminho de uma casa onde iria tentar recuperar o corpo de um vítima mortal. Durante a viagem, Filipa Mendes, militar da GNR, decidiu dar um brinquedo a Kejsi, uma das cadelas de resgate da equipa. Quando a patuda ladrou, um outro cão respondeu.
Durante alguns minutos, os socorristas procuraram de onde veio o som. A princípio, acharam que o cão estava no primeiro andar do edifício danificado pelo sismo. Contudo, logo perceberam que este estava preso no rés-do-chão, abatido e compactado pelos danos.
Após perfurarem a parede com cuidado, o patudo finalmente apareceu. Junto ao buraco, os bombeiros colocaram água e comida e começaram a chamá-lo. “Anda! Anda”, é possível ouvir no vídeo partilhado pelos Bombeiros de Lisboa. Com medo, o Golden Retriever demorou alguns minutos até ter a coragem de saltar para fora. Quando saiu, foi recebido com aplausos.
🇵🇹🇪🇺🇹🇷#SismoTurquia
A Força portuguesa na Turquia concluiu há instantes com sucesso o salvamento de um cão.“Anda amigo!” 🐶🐕 foram as palavras que se ouviram no momento do resgate! 🤜🤛#ANEPC #FEPC #RSB #INEM #GNR #missaoturquia #solidariedade #earthquakeinTurkey pic.twitter.com/dUoi76WiBP
— Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (@ProteccaoCivil) February 14, 2023
Segundo André Rosa, coordenador da equipa cinotécnica da Guarda Nacional Republicana (GNR), o cão apresentava algumas feridas no focinho e nas patas, o que indicou que teria tentado “esgravatar a parede” em busca de uma saída.
“Só tinha espaço para estar deitado ali dentro”, disse à Lusa, citado pela CNN Portugal. O coordenador acrescentou que os cães costumam sobreviver mais tempo sem comida do que os humanos. Mas ainda assim, 200 horas “é muito tempo sem acesso a água”. Depois beber água e receber festas, os socorristas deram-lhe o nome de “Tuga”. E o cão até chegou a dirigir-se até a cadela Kejsi, a sua salvadora, mas a patuda não quis conversa.
A equipa deixou o Golden Retriever preso numa trela junto ao prédio, com comida e água, à espera do seu dono. Passado uma hora, este apareceu. Tuga, afinal, chama-se “Tarçin” (canela, em turco). O seu tutor, Taner, agradeceu à equipa portuguesa pelo resgate.
“Salvar um cão é incrível, ainda mais para nós, que são os nossos companheiros. Dá um gosto especial”, frisou André. Já a militar Filipa Mendes, acrescentou: “Tenho de pôr a Kejsi a ladrar mais vezes”.
Carregue na galeria para ver o resgate de Tarçin.