Para já, é um não. As coleiras de choque para disciplinar cães, tão polémicas em todo o mundo, vão continuar a ser legais na Escócia, depois de o parlamento escocês ter rejeitado uma proposta no sentido de proibi-las naquele país. Para já, é um não, mas pode vir a ser um sim, porque o Governo admite rever a posição ainda este ano, quando forem conhecidos novos relatórios independentes.
O debate contra as coleiras de choque foi novamente levantado por Christine Graham, membro do Scottish National Party (ou Partido Nacional Escocês), como parte de um novo projeto de lei sobre o bem-estar dos cães. No seguimento da discussão, Ross Greer, membro do Partido Scottish Greens (o Partido Verde Escocês), apresentou uma proposta com alterações ao projeto, que pretende criminalizar a utilização dos dispositivos.
“Não existe qualquer justificação possível para provocar choques elétricos aos cães. É cruel e causa dor e sofrimento totalmente desnecessários”, terá afirmado o deputado, de acordo com o jornal escocês The Herald.
Em 2018, o Governo escocês posicionou-se contra as coleiras de choque, e em 2023 a Comissão para o Bem-Estar Animal apoiou a sua proibição. Ross Greer afirmou que isto não terá sido suficiente. “O documento de orientação do governo claramente não funcionou, e nem sequer responderam aos relatórios dos seus próprios especialistas. Estou cansado de esperar, e por isso estou a dar aos membros do Parlamento a oportunidade de votarem por uma proibição real”, declarou o deputado.
O ministro Jim Farilie recusou aprovar a proibição, mas aceitou ter “um debate completo” sobre o assunto, com os dados de novos relatórios independentes que serão entregues em abril.
Um novo código de conduta para adotar cães
O projeto de lei original, apresentado por Christine Graham, membro do Scottish National Party (ou Partido Nacional Escocês), pretende a criação de um novo código de conduta, a ser desenhado pelo governo nos próximos 12 meses, com critérios que devem ser assegurados por quem pretende adotar ou comprar um cão.
Os critérios devem fazer os tutores ponderar sobre a raça do futuro cão, o ambiente da casa, o tempo e disponibilidade que têm, as práticas de exercício físico, capacidade financeira, e a disposição para cuidarem do cão durante toda a sua vida.
Garantidos os critérios, será emitido um certificado, assinado pelo novo tutor e por quem está a dar ou vender o cão, para garantir que ambas as partes compreendem o compromisso.
Percorra a galeria para saber mais sobre os requisitos do novo código de conduta.