A chegada dos percevejos a França, e mais tarde a Portugal, foi descrita como um verdadeiro pesadelo. A espécie invadiu casas, escolas, hospitais, cinemas e hotéis e fez com que centenas de estabelecimentos fossem fechados até que a praga estivesse controlada. Agora, em sequência dos Jogos Olímpicos de Paris e menos de um ano depois da guerra contra os insetos, a Coreia do Sul está a fazer o possível para evitar que os animais entrem no país. E está a fazê-lo com a ajuda de um cão.
Ceco, um Beagle de dois anos, tornou-se no primeiro cão treinado no país para farejar o odor libertado pelos percevejos. Mesmo antes da cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos, que decorreu no passado domingo, 11 de agosto, o canídeo já estava a trabalhar no Aeroporto Internacional de Incehon, na Coreia do Sul, a receber os atletas e equipas que voltavam de Paris.
O cão integra a equipa da Cesco, uma empresa de controlo de pragas, e consegue vasculhar um quarto de hotel em menos de dois minutos, segundo conta Kim Min-su, funcionário da marca, à Reuters. “O Ceco tem uma parte do cérebro que é 45 vezes maior do que a de um humano e que o permite detetar o odor específico dos percevejos com uma precisão de 95 por cento”, explica.
A empresa acrescenta ainda que os viajantes não precisam de abrir totalmente a mala para que Ceco consiga fazer um bom trabalho. “Ele consegue detetar os insetos apenas com um 1/3 da mala aberta”, afirma. “É uma vantagem significativa”. O país enviou 144 atletas para a competição internacional, tendo conquistado um total de 32 medalhas (13 de ouro, nove de prata e dez de bronze).
As autoridades também estão a tomar outras medidas para evitar a entrada dos insetos. Anteriormente, os aviões que chegavam diretamente de Paris eram desinfetados apenas uma vez por mês. Agora, passaram a ser desinfetados uma vez por semana.
É importante recordar que os percevejos que chegaram a Portugal (percevejo-asiático) eram diferentes daqueles que causaram o pânico em Paris (percevejos-de-cama). “Trata-se de duas pragas completamente diferentes, famílias diferentes e hábitos diferentes”, afirmou, então, o entomologista Albano Soares do Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
Em comum têm o facto de serem ambos difíceis de erradicar, devido à resistência aos exterminadores químicos. “São pragas quase impossíveis de controlar, por não existirem inseticidas eficazes”, sublinhou o Ministério da Agricultura e Alimentação em nota enviada às redações.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre Ceco.