Os felinos fazem o que querem e não há quem os diga o contrário. E Jota A não é diferente. O gato de pelagem preta tornou-se viral na passada terça-feira, 3 de maio, depois de ter invadido uma transmissão em direto do “Jornal do Almoço”, um telejornal da cidade do Estado de Santa Catarina, Brasil, enquanto a pivô, Denise de Medeiros, falava sobre o meio ambiente com um comentador.
A jornalista não conseguiu conter o riso quando viu o companheiro. “Perdão, o nosso gatinho está a passar por aqui neste momento e desconcentrei-me”, disse. O momento durou poucos segundos e o patudo logo saiu do estúdio sozinho. Porém, a sua história rodou o mundo e no dia seguinte, o telejornal dedicou alguns minutos finais para contar a história da estrela de quatro patas.
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Não é a única mascote na redação
A fama de Jota A começou há cerca de um ano quando a repórter Rachel Schneider começou a ouvir “barulhos estranhos” durante o almoço. O estúdio fica numa localização isolada cercada de florestas e é comum encontrarem animais abandonados. “Parecia uma criança a chorar e o som vinha do meio do arvoredo”, recordou. “Falei com a nossa secretária administrativa e decidimos ir ao encontro desse som. De repente, esta coisa preta surge num desespero a miar muito”, acrescentou.
Na altura não tinham a certeza de que se tratava de macho ou fêmea mas estavam dispostas a ajudar. Deram-lhe comida e desde o início, o gato destacou-se pelos “sons diferentes” que fazia enquanto comia. Raquel partilhou os vídeos no grupo do trabalho e o patudo começou a fazer sucesso entre os funcionários.
“Quando ele chegou, estava num estado bastante crítico, com dificuldade respiratória e não estava a alimentar-se como deveria”, contou o médico veterinário Arthur Petroli. Depois de vários exames, Jota A testou positivo para o vírus da leucemia felina (FeLV) e sofria ainda de um linfoma. Durante seis meses, foi submetido a quimioterapia semanais e medicamentos diários.
“Ele tinha um cuidado muito especial no hospital e outro na redação”, sublinhou Lariane Cagnini, produtora do “Jornal do Almoço”. “Limpar o nariz, dar os comprimidos… fiquei com várias cicatrizes na mão porque não tinha a técnica certa”, recordou.
Durante os meses de tratamento, Jota A conquistou todos os funcionários, que se dividiam em turnos para cuidar do patudo e até faziam relatórios para acompanhar os seus cuidados. Com o tempo, Denise de Medeiros recorreu às redes sociais para escolher um nome para o novo “jornalista” da redação, e foi nos comentários que encontrou a melhor opção: Jota A, que faz alusão às siglas do “Jornal do Almoço” (JA).
Embora tenha recuperado, o felino, por vezes, ainda fica doente e é sempre bem cuidado por todos os “papás” da redação. É livre para andar pelo estúdio e fazer o que quer — até invadir as transmissões em direto.
“Vê-lo saudável e a brincar super feliz é uma prova do quanto nós podemos e devemos ter esse ato de amor solidário com os animais que encontrámos por ai”, referiu Rachel Schneider. E Jota A não é o único quatro patas no espaço, há ainda a “jornalista” Bella, uma cadela.
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Na passada quarta-feira, 4 de maio, quando Jota A teve a sua história contada numa reportagem apresentada por Denise de Medeiros, foi no colo de Rachel que o gato fez a segunda aparição em frente às câmaras. Mas desta vez, não teve de invadir. “Ele não está acostumado com as câmaras mas tivemos de encerrar o jornal com o nosso Jota A”, disse jornalista.
A pivot aproveitou o momento para falar sobre o abandono de animais e deixar um apelo à população. “Estamos num lugar que fica afastado do centro da cidade, sem muita circulação de pessoas e já tivemos muitos animais abandonados na nossa emissora”, contou, acrescentando que abandonar os animas é crime e que procuram sempre ajudar os que encontram. “Noutro dia, apresentamos a Bella também”, brincou.
Carregue na galeria para conhecer Jota A e Bella, as mascotes do “Jornal do Almoço”.
