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Esteves foi diagnosticado com uma doença rara. Precisa da nossa ajuda para a superar

O gato "dos ossos de vidro" foi resgatado das ruas no Porto e já passou por duas cirurgias. As despesas ultrapassam os 2.400€.
Tem hipoparatiroidismo.

Esteves tem poucos meses de vida mas já passou por muito. No início do mês de janeiro, o gato foi avistado a deambular com uma pata partida nas ruas de Leça do Balio, no Porto. O felino estava a ser alimentado por uma senhora há cerca de dois meses quando esta reparou no seu estado crítico e pediu a ajuda de uma voluntária da região. Quando conseguiram resgatá-lo, o filhote foi submetido a uma cirurgia de emergência.

A 4 de janeiro, foi colocado um fixador externo na sua pata esquerda. “A colocação da cavilha [parte que fica dentro do osso para sustentar o fémur na posição correta] comprometeu o nervo ciático”, começa por explicar à PiT Elsa Sousa, responsável por acolhê-lo. A engenheira informática de 37 anos explica-nos que este é risco que pode acontecer neste tipo de intervenção. Porém, “em menos de um por cento” dos casos. “Este animal já merecia um recorde do Guiness”, diz.

Com a retirada da cavilha, o gato recuperou a mobilidade “de grande parte” do membro, com exceção do pulso. “Ele usa a pata com o pulso dobrado para trás e isto, além de limitar os seus movimentos, leva à formação de feridas constantes assim que ele começar a caminhar”, sublinha.

Durante a recuperação, o felino foi mantido numa jaula de forma a limitar os seus movimentos. No entanto, se não bastasse o problema numa das patas traseiras, o “inacreditável” aconteceu: faturou a direita também. A 19 de janeiro, foi submetido a uma segunda intervenção cirúrgica para a colocação de uma placa interna no membro. “Esta acabou por se revelar insuficiente, tendo sido necessário uma placa extra devido à fragilidade do osso”, recorda.

A placa, porém, foi oferecida pela Bonematrix, um centro especializado em cirurgia veterinária. A partir daí, começaram as investigações para detetar a causa da fragilidade óssea do felino. Para tal, Esteves foi submetido a análises para conhecer os níveis de cálcio ionizado, fósforo e da hormona paratiróide (responsável pela regulação do cálcio no organismo). “No resultado, verificamos que o fósforo estava alto, o cálcio no mínimo aceitável, e a paratiróide inexistente”, diz Elsa.

Os resultados levaram ao diagnóstico final: o felino sofre de uma condição conhecida como hipoparatiroidismo. “É uma doença rara e há muito poucos estudos sobre o tema”, frisa. “Mas nos poucos casos registados, a suplementação de cálcio e vitamina D foi suficiente para reverter o quadro, ainda que os resultados não sejam visíveis de imediato”, acrescenta.

Precisa de doações para ajudar no tratamento

Esteves ainda não é nome definitivo do gato. Elsa Sousa partilha à PiT que há uma lista de ideias que ainda está a ser debatida pelos voluntários que tem ajudado o pequeno. A sua idade também é incerta. “Na primeira consulta, a idade estimada com base na dentição foi de três meses e meio”, conta-nos “Mas a questão do hipoparatiroidismo pode estar a atrasar o desenvolvimento dos dentes, pelo que poderá ter mais alguns meses”.

Desde o primeiro pós-operatório, o gato tem vivido na casa de Elsa, em Gondomar. “Como trabalho remotamente, tenho maior disponibilidade para cuidar dele”, realça. No entanto, assim que se recuperar, a engenheira informática pretende encontrar um lar definitivo para o felino. Porém, até isso acontecer, o patudo precisa de ajuda.

Até o momento, as suas despesas já totalizaram 2.423,04€. “Se tudo correr bem e havendo fundos para tal, pretendemos submetê-lo a mais uma cirurgia ortopédica para soldar o pulso na posição correta de forma a que ele use a pata de forma perfeita”, partilha.

Para conseguir arrecadar o dinheiro, Elsa criou uma página para o filhote na plataforma de arrecadação de fundos GoFundMe. Quem estiver interessado em ajudar, pode também enviar doações para o MBWay (915 899 253) ou pelo IBAN PT50 0010 0000 4618 3220 0017 3. 

Desde a segunda cirurgia, o felino tem sido mantido dentro da transportadora, de forma a “limitar ao máximo os seus movimentos” dada a fragilidade óssea. Além das duas intervenções à qual foi submetido, tem tomado medicamentos diariamente. Nos últimos dias, a engenheira informática conta-nos que Esteves tem saído da transportada de três a quatro vezes por dia para usar a areia, brincar e esticar-se.

“Ele está a recuperar muito bem”, realça Elsa. “Desde o primeiro dia,  revelou-se uma doçura. Toma toda a medicação sem qualquer resistência, come muito bem e ronrona o tempo todo. Tem passado horas a dormir ao sol”.

Nesta quinta-feira, 2 de fevereiro, foi a uma consulta na Bonematrix para analisar a calcificação das faturas. Daqui um mês, será submetido a novas análises para se “reavaliar o tratamento”. Se tudo correr bem até lá, será posto para adoção.

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