Harriet estava preparada para pôr os seus ovos, mas tinha um problema: não sabia onde. A galinha percorreu toda a quinta de Windridge, no estado norte-americano de Oklahoma e depois de dias à procura, escolheu a casota de Lucy, um dos cães-guarda do terreno. Nesta altura, a Cadela de Montanha dos Pirenéus passava grande parte do seu dia com os outros animais, e a ave achou que ali seria o lugar ideal.
Os dias foram passando e quando Lucy, que também estava grávida, começou a aproximar-se do dia do parto, decidiu dividir o espaço com Harriet. A galinha sentiu-se ameaçada no início, mas sabia que nenhum predador iria invadir a casota da cadela gigante e acabou por ali ficar. A ave só ficava longe dos seus ovos uma vez por dia, quando ia comer, beber água e fazer as suas necessidades. Mas houve um dia que o pior aconteceu — quando regressou do almoço, os seus ovos estavam destruídos.
Tracie Hale, a proprietária da quinta, partilhou toda a saga no TikTok e afirmou que Lucy foi a responsável por “devorar” todos os ovos da galinha quando a ave não estava. “Não fiquei zangada nem chateada porque a Lucy sempre comeu os ovos de galinha”, disse à revista “People”. Na rede social, acrescentou que a cadela grávida estava a tentar consumir “um pouco de cálcio extra” para os cachorros em crescimento, tendo até comido as cascas dos ovos.
Harriet ficou devastada, mas continuou a deitar-se no seu ninho, mesmo sem os seus ovos (um comportamento típico da espécie). “Os ovos eram tecnicamente bebés, mas tinham apenas um ou dois dias de idade, pelo que não tiveram hipótese de se desenvolver”, explicou.
Mais uns dias se passaram até que Lucy entrou em trabalho de parto. Harriet permaneceu na casota e observou a cadela a dar à luz dez filhotes. Algumas semanas mais tarde, quando as crias começaram a mover-se, despertaram o interesse da galinha, que por vezes, deitava-se em cima dos cães como se eles fossem os seus próprios ovos.
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“Foi por volta das três semanas que percebi o que ela estava a fazer”, recordou. “Quando os bebés saíram da casota para comer pela primeira vez, a Harriet saiu com eles. Foi aí que percebi que ela estava a tentar ser mãe deles”, acrescentou.
Harriet até tentou ensiná-los a comer como uma galinha, mas os pequenos não prestaram muita atenção. “A Harriet percebe que não vai conseguir tirar os cãezinhos a Lucy, por isso vai escolher uma abordagem de co-parentalidade”, disse a tutora. “A Lucy parece aceitar a ideia, ela sente-se mais segura ao deixar os cachorros com a Harriet”.
Mesmo quando os bebés deixaram de amamentar e começaram a explorar o exterior sozinhos, a ave continuou a estar atenta a todos. “Quanto mais tempo passava, mais adorável a história ficava”, confessou.
Hale acrescentou que a história da galinha e da cadela recordou-a da sua própria vida. A agricultora sempre quis ser mãe mas há 20 anos, quando decidiu engravidar, não teve sorte — nem mesmo com a fertilização in vitro. Foi ai que decidiu adotar um bebé e entrou numa lista de espera de nove meses até conhecer o seu primeiro filho, nascido na Coreia do Sul.
A mãe biológica do bebé veio até os Estados Unidos para dar à luz e Hale acabou por adotá-lo em 2007. Alguns anos depois, tornou-se madrasta de outras duas miúdas. A tutora de Lucy e Harriet terminou a história a garantir que todas as mães são iguais. “Que presente precioso que uma mãe altruísta pode dar a outra, cujo coração e braços estão a doer à espera de os preencher com um pacote de alegria”.
A seguir, carregue na galeria para conhecer Lucy, Harriet e os seus bebés.