Garfield encontrou o caminho de volta a casa, mas não foi a seguir o cheiro de uma lasanha quentinha. O felino, batizado em homenagem ao gato mais conhecido em todo o mundo (obcecado por bolonhesa e que odeia segundas-feiras), precisou deixar a preguiça de lado e partir numa aventura que, segundo a tutora, durou mais de quatro anos.
A 15 de maio de 2019, Marisa Grossi partilhou um apelo no Facebook à procura do companheiro, que já não era visto “há vários dias”. Garfield, com dez anos na altura, desapareceu na região de Colle dei Pini, em Roma, na Itália, e nunca mais voltou. “Já o procurámos em todos os lugares, temos medo que ele tenha ficado preso num apartamento ou numa garagem”, escreveu a cidadã italiana.
Os dias tornaram-se meses e depois, anos. Até que a família desistiu de reencontrar o felino, visto pela última vez na cerca de um vizinho. Garfield estava habituado a andar pela região e depois de tanto tempo sem notícias, Marisa tinha a certeza de que já não o veria mais — ou porque estava morto ou encontrado um novo lar.
No início deste mês, porém, tudo mudou. A cidadã italiana estava a chegar a casa quando viu um gato alaranjado “com sarna e dificuldades em andar” na berma na estrada. Comovida, resolveu ir ajudá-lo e assim que o apanhou ao colo, teve um déjà vu: o felino esfregou-se no seu queixo, tal como Garfield estava habituado a fazer. Mas a amante de animais não imaginou que aquele era, de facto, o seu companheiro.
Para tentar ajudá-lo, levou a um veterinário na região. Lá, teve a confirmação que aquele era mesmo o gato que já não via desde 2019. Apesar de não ter microchip (assim como Garfield), o patudo era macho, estava esterilizado e tinha duas manchas escuras características numa das patas que fez com que Marisa tivesse a certeza. Ainda assim, as coincidências não acabaram por aí.
Se ainda restassem dúvidas, todas acabaram quando o gato voltou para casa, depois de alguns dias internado a tratar de um hipertireoidismo e uma insuficiência renal, e derreteu-se com um dos cães da família, que havia conhecido pouco antes de desaparecer.
Quando foi resgatado, ainda bebé, Garfield foi “criado” por um outro canídeo que, infelizmente, já morreu e não conseguiu reencontrar-se com o amigo felino. Ainda assim, o patudo reconheceu a casa onde viveu por quase uma década.
“Nunca pensei, depois de o procurar por todo o lado, que seria capaz de o abraçar novamente”, disse Marisa no Facebook. “O que me faz ter certeza de que é o Garfield? Além das características físicas, a total familiaridade com a casa e a atitude de doçura com os cães porque, afinal, como podem ver nas fotografias, ele foi criado pelos animais da casa. Este ano, Garfield completou 15 anos. A vida é cheia de momentos maravilhosos”.
Ao jornal italiano “Corriere di Bologna”, a tutora partilhou ainda que não sabe o que aconteceu ao gato nos últimos anos. Garfield pode ter ficado todo este tempo a viver na rua ou ter sido adotado por alguém que “se apaixonou por ele” e manteve-o dentro de casa por algum tempo. “Mas o vínculo com a nossa família foi mais forte e ele tentou voltar. Teve de andar muito até conseguir, mas agora estamos juntos de novo e é o que importa”, acrescentou.
Seja qual for a verdade história, uma coisa é certa: não poderia estar mais feliz com o reencontro. Desde que voltou, o velhote já está a recuperar as forças, o que tem sido “emocionante” para toda a família.
Carregue na galeria para ver algumas fotografias de Garfield antes e depois de voltar para casa.