O cão Axe, que partiu em direção à Turquia com os Bombeiros de Albufeira na sequência do sismo que atingiu o país e a Síria na segunda-feira, dia 6, não é o único herói de quatro patas no terreno. Pelo contrário, o Pastor Belga Malinois faz parte de um grupo extenso de animais treinados para cenários de busca e resgate. No dia seguinte, o México enviou (pelo menos) 16 dos seus célebres cães às zonas afetadas.
O avião com os canídeos, juntamente com os seus treinadores, partiu na manhã desta terça-feira. Entre eles, está Rex, um Pastor Belga Malinois de seis anos, July, uma Labradora de oito anos e os irmãos Balama e Orly, dois Border Collies. Os quatro fazem parte da equipa Urban Search and Rescue (USAR) da Cruz Vermelha Mexicana, e estão acompanhados de outros 15 operacionais humanos.
Balam e Orly são filhos de Athos, um famoso Border Collie que também foi especializado em busca e resgate. O pai da dupla morreu em julho de 2021, juntamente com outro cão treinado, Tango, após estes terem sido envenenado por um homem que utilizou salsichas para atrair os animais. Balam também estava presente na missão, mas sobreviveu.
Além desses, há ainda Ecko e Niko, ambos da raça Pastor Belga Malinois. A dupla, diferente dos já citados, teve uma “professora” especial: Frida, a Labrador de 13 anos que morreu em novembro de 2022. A cadela foi treinada pela Marinha Mexicana e ficou mundialmente famosa após resgatar 55 civis em desastres naturais, não só no seu país natal, mas também no Haiti e Equador.
Ecko e Niko são conhecidos como os “alunos” da Labrador e integram o Grupo de Resgate Frida, da Marinha Mexicana. Além dos dois cães, a equipa enviada a Turquia conta com 29 homens e oito mulheres.
Segundo o jornal mexicano “El Financieiro”, Ecko nasceu em fevereiro de 2016 e já participou de, pelo menos, cinco missões de resgate. Em algumas delas, chegou a trabalhar com Frida, como nos terramotos de 2017 em Oaxaca e na Cidade do México. Mais recentemente, a 20 de janeiro, o cão esteve presente no deslizamento de uma construção no bairro mexicano de Polanco.
No geral, o México enviou 150 operacionais, com pelo menos 16 cães. Estes estão a ir em direção à cidade turca de Adana, num voo de cerca de 20 horas, avançou o canal televisivo mexicano “TV Azteca”.
El corazón de nuestro equipo de rescate volando en estos momentos hacia Turquía : pic.twitter.com/fl82LCdJ13
— Marcelo Ebrard C. (@m_ebrard) February 7, 2023
Portugal já enviou mais de 50 operacionais
Além da equipa dos Bombeiros de Albufeira composta por Claudio Marujo, André Cabrita e o cão Axe, Portugal enviou 51 operacionais da Proteção Civil, INEM, GNR e sapadores bombeiros, acompanhados por outros cinco cães de busca. Por outro lado, Portugal e o México não foram os únicos a mobilizar as unidades de busca e resgate dos canídeos.
A Alemanha enviou um grupo de 43 operacionais e sete cães para a cidade turca de Gaziantep. Já o Reino Unido, enviou 77 e quatro, respetivamente, para a mesma cidade. Outros países como Estados Unidos, Croácia, República Tcheca, Grécia, Líbia, Polônia, Suíça e Índia também já estão a caminho do terreno com os animais.
Os cães são essenciais para encontrar civis (mortos ou com vida) soterrados pelos escombros, nomeadamente em zonas onde o uso de máquinas pesadas pode causar mais desmoronamentos. Os animais são treinados para farejar humanos e alertar os seus treinadores, ao ladrar e arranhar o chão, onde o cheiro é mais forte.
No momento, há mais de 96 mil operacionais no terreno. O último balanço totalizou mais de 15 mil mortos em ambos os países, sendo que, apenas na Turquia, foram pelo menos 12.873 as vítimas mortais. Há ainda mais de 58 mil feridos confirmados no país turco e um número indeterminado de pessoas soterradas pelos escombros.
Carregue na galeria para conhecer algumas das equipas de busca e resgates e os seus respetivos cães enviados por Portugal, México, Índia e Estados Unidos
