Hati não persegue a lua durante a noite, mas tem o nome do deus nórdico que o faz — e a aparência também. Com o pelo preto longo e com um olho da cor do mar e outro, da terra, hoje não há quem diga que o cão batizado em homenagem ao deus-lobo teve um início de vida difícil. Mas a tutora Lindsey Haddock, 39 anos, lembra-se muito bem do seu passado quando foi adotado ainda bebé.
“Uma senhora muito simpática salvou-o de uma situação horrível de criação”, começa por contar à PiT. Os pais do patudo eram usados para procriação e Hati e os seus irmãos foram neglicenciados quando nasceram, sendo deixados “num estado deplorável” com apenas dois meses. Como resultado, dois dos seus “manos” não resistiram e apenas Hati viveu para contar a história.
Se a aparência de uma figura nórdica não bastasse, o cão provou que também tinha a força de uma e apesar das dificuldades, conseguiu deixar o trauma para trás. “Ele é um gigante gentil e tem um coração muito bom. Porta-se de uma forma pateta e infantil”, brinca. “É sempre muito curioso e adora estar envolvido em tudo que faço. É a minha sombra”, partilha.
Durante os passeios, o patudo chama atenção por onde passa e não esconde a alegria. “As pessoas normalmente pensam que ele é um lobo ou um Border Collie”, diz, entre risos. “Ficam maravilhadas com os seus olhos porque são mesmo muito marcantes no meio do pelo preto”, acrescenta. Mas a verdade é que Hati não é nem um, nem outro.
A tutora também partilha da mesma curiosidade que o companheiro e para ter a certeza sobre a sua ancestralidade (afinal, não é sempre que se vê um cão com aparências “mitológicas”), fez-lhe um teste de ADN. Este revelou que Hati é uma mistura de várias raças, sendo que duas se sobressaem: é 54 por cento Husky Siberiano e 35 por cento Pastor Alemão.
Embora possa parecer intimidante, o cão não passa de um “pateta” e o que mais gosta de fazer é “aconchegar-se com os seus peluches”. Além disso, tem vários “aumigos”, mas é ao lado das Carpas Koi que mais gosta de estar. “Ele adora vê-las e interagir com elas”, conta-nos a tutora. “Também adora caminhar, procurar coelhos escondidos nos arbustos e fazer puzzles que o desafiam”.
Hoje, aos quatro anos, Hati vive na Califórnia e é o único de quatro patas na família, mas já chegou a ter um “mano” minúsculo — e adorava-o. “Tínhamos um hamster e ele era obcecado em o ver correr na sua enorme casota”, recorda a tutora. O patudo tem duas irmãs humanas e apesar de ser meigo, está sempre pronto para as proteger: “É um excelente irmão mais velho”.
Carregue na galeria para conhecer Hati, o cão-lobo. Pode acompanhar o seu dia dia no Instagram.