Seniores a apoiarem seniores — é este o foco da nova incitava da Draws For Paws (desenhe pelas patas, em português). O projeto pensado por uma miúda de oito anos, Scarlett Chwatko, criou uma nova ação este mês titulada de Grandpaws, em que que convida idosos da The Virginian, uma casa de repouso norte-americana, a desenharem cães seniores à procura de um lar.

Para arrancar com a iniciativa, três cães da Homeward Trails, uma associação no Estado da Virgínia, foram escolhidos para terem o seu retrato pintado. Pippa, uma cadela de 11 anos, é descrita como uma “companheira leal que adora mimos”. A patuda tem “pouca energia” mas adora ir em passeios e “soltar a voz”.

Já Bo, um cão de nove anos, adora estar próximo de outros cães e não se importa em passar o dia sozinho. O patudo também não resiste à uma boa caminhada, contanto que esta seja curta. No inverno, adora usar roupas para ficar quentinho. Por último, a cadela Cali, de oito anos, é “um verdadeiro amor” e o que mais gosta de fazer é passar tempo com os miúdos. “Ela ama todas as pessoas e animais que conhece”, escreveu o projeto.

No próprio nome, a Grandpaws denuncia o foco da iniciava que arrancou a 14 de setembro — é a junção das palavras grandparents (avós) e patas (patas) em inglês. Os idosos escolhidos também não escondem o amor pelos animais e ficaram “extremamente felizes” em poderem ajudar. “Os talentosos residentes trabalharam cuidadosamente para destacar a personalidade e a aparência adorável de cada cão em seus retratos”, avançou. 

A primeira palavra de Scarlett foi “cão”

A Draws For Paws foi criada por Scarlett Chwatko, em 2018. A miúda de oito anos queria “adotar todos os animais do mundo” e “mergulhar num balde cheio de filhotes”. Para ajudá-los, a cada doação a um abrigo qualquer de no mínimo 20 dólares (18,70€, à taxa de câmbio atual), Scarlett oferecia-se para fazer um retrato do animal dos apoiantes.

Em 2019, quando perdeu a batalha contra um cancro avançado no cérebro, os seus três melhores amigos continuaram com a iniciativa. Annabelle Fisher, Grace Frieder e Tate Shalov prosseguiram com os retratos criados pela miúda. Em menos de dois anos, conseguiram juntar mais de 75 artistas e cerca de 50 mil dólares por todo o país para ajudar os animais.

“A Scarlett era muito atenciosa. Ela sempre colocava os outros em primeiro lugar e amava os animais”, disse Grace, de dez anos na altura, ao site Lohud em 2021. “Ela queria continuar com a incitava e eu queria fazer algo que a homenageasse”, acrescentou. E o trio até chegou a criar o próprio nome em homenagem à pequena: Grupo da Scarly. Já Grandpaws, foi pensada por outra amiga de Scarlett, a jovem Kirsten que também integra a equipa.

Durante a pandemia, o projeto tornou-se numa associação que hoje tem a mãe de Scarlett, Robin Chwatko, como presidente. E não ajuda só cães e gatos — os coelhos e répteis também. “Descobrimos que as famílias carenciadas estavam a desistir dos seus animais de estimação porque já não tinham dinheiro para os alimentar”, partilhou. Nesta altura, começou a fazer recolha de alimentos para oferecer aos tutores.

Hoje, o legado de Scarlett vive através da associação e também do pequeno Ollie, o seu companheiro de quatro anos que permaneceu ao seu lado durante os três anos em que lutou contra o cancro. Robin disse que a primeira palavra dita pela filha não foi mamã ou papá — mas sim, “cão”. “Ela era apaixonada por animais e pela arte”.

De seguida, carregue na galeria para conhecer a Grandpaws e a Draws For Paws.