Animais

Kika: a cadela que estava há mais de 5 anos à espera de um família encontrou um lar

No domingo, 22 de janeiro, vai ser levada de Barcelos até Sintra pela sua cuidadora nos últimos seis anos. O Pinder ajudou.
Kika tem sete anos.

A espera finalmente chegou ao fim para Kika, a cadela de sete anos que está há mais de cinco à procura de uma família. Três dias após a publicação da sua história na PiT e no Pinder, a nova plataforma de adoção responsável e de match entre tutores do mesmo universo, a patuda está cada vez mais perto de ter um final feliz.

Desde que nasceu, Kika vive num terreno de exploração agrícola em Barcelos, no distrito de Braga. Mas os seus dias no espaço que chamou de casa nos últimos cinco sete estão a acabar. “Tivemos vários contactos mas nem todos são bons adotantes”, começa por contar à PiT Cláudia Oliveira, que conheceu a história da cadela há cerca de um ano quando se mudou para a região. Contudo, entre todos, um deles se destacou.

Trata-se de Marta, que vive em Sintra e é tutora de uma cadela de oitos anos e dois gatos. Há pouco tempo, perdeu uma companheira de quatro patas. “Ela achou uma boa ideia juntar a Kika a família”, partilha. No próximo domingo, 22 de janeiro, Sandra Silva, a vizinha responsável por cuidar de Kika nos últimos seis anos, vai levá-la para conhecer o novo lar.

“Não quero mandá-la por uma transportadora, quero eu levá-la”, frisa Sandra à PiT. “É difícil ir para Lisboa mas quero conhecê-los. Espero que ela tenha encontrado uma boa família. É tudo o que eu sempre quis”. 

Kika foi esterilizada na passada quinta-feira, 12 de janeiro. Com a ajuda de donativos, Cláudia conseguiu arrecadar o dinheiro necessário para a cirurgia. No momento, a cadela está na casa de Sandra a recuperar.

Desde bebé, vive num terreno de exploração agrícola

A vida de Kika não foi fácil. Com pouco meses de vida, Sandra Silva conheceu-a no terreno onde vivia. “Os donos eram um casal muito idoso e tinham lá vários animais que eu ajudava a cuidar”, conta à PiT. “Tinha outros cães que entretanto foram embora porque o terreno não tinha vedação”.

Quando Kika ainda era filhote, um de seus tutores adoeceu e a sua mulher pediu para que Sandra continuasse a cuidar da cadela, que na altura também acabou por ficar doente. “Eles não lhe davam ração, só restos de comida”, recorda. “Houve um dia em que o senhor acabou por falecer e a mulher nunca mais apareceu”. Desde então, Kika está sozinha.

Houve um dia, porém, que a solidão da cadela foi preenchida. “Eu trabalho durante o dia portanto vou sempre lá de manhã e a noite ver se ela está bem e tentar dar o melhor conforto que posso”, partilha. “Ganhei amor, fui continuando a alimentá-la e nunca lhe dei restos. Comprei pipetas, medicamentos e fiz a desparasitação. Mas numa dessas visitas, fui vê-la e vi que estava grávida”.

Quando engravidou, Kika tinha cerca de dois anos. E apesar de hoje o terreno onde vive ter uma vedação de 10 metros quadrados construída por Sandra e pela irmã, na altura ainda era aberto e de fácil acesso. “Quando os bebés nasceram ela tinha falta de cálcio e não podia dar de mamar num espaço de um mês e meio. Estava muito debilitada, mas consegui ajudar com tratamentos e dar as crias para a adoção”, partilha.

Sandra tem a consciência de que encontrar família para filhotes “é muito mais fácil” do que para cães adultos. “Sendo fêmea, velhinha e sem estar esterilizada, ninguém a queria”, diz. Mas agora, Kika tem tudo o que sempre sonhou.

“Ela é muito meiga, mesmo agora que está a passar alguns dias no meu apartamento. Estranha um pouco o piso porque está acostumada a pisar na terra mas é muito calma. Queria eu poder ficar com ela, mas como não posso, espero que finalmente seja feliz”. 

Carregue na galeria para conhecer Kika, que em breve terá um lar para chamar de seu.

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