Há vários motivos para os gatos deixaram de usar a caixa de areia. Os felinos não gostam quando a casa de banho está suja, por vezes também não se acostumam com o tipo escolhida pelos tutores — mesmo que já a tenha usado no passado — e, por fim, podem estar a sofrer algum problema clínica. Nessas situações, é comum os “papás” entrarem em contacto com os veterinários para os ajudarem a adaptar-se. Mas para a gata Lulu, esteve perto de ser uma sentença de morte.

A gata Himalaio, uma raça originária do cruzamento de gatos siameses e persas, foi entregue à uma clínica veterinária em dezembro de 2022 após ter deixado de fazer xixi na caixa de areia. O pedido em si já era estranho e embora Lulu já tivesse 13 anos, após vários exames, o veterinário concluiu que a felina estava saudável. 

“Recebemos uma chamada de um veterinário local sobre uma gata cujo donos solicitaram a eutanásia porque ela não estava a usar a caixa de areia”, contou Lynne Meloccaro, diretora executiva da Dutchess County SPCA, um abrigo em Nova Iorque, à revista “People”. “Após ter sido considerada saudável, a clínica convenceu-os a passar a sua adoção para eles, e depois pediram-nos que a acolhesse, o que fizemos de imediato”, acrescentou.

Já no abrigo, os voluntários começaram a tentar descobrir o que estava a causar o desconforto na gata e poucos dias depois, tiveram um diagnóstico: Lulu tinha pedras nos rins. Segundo o espaço, a condição é comum nos felinos em especial nos Himalaios e o problema foi “facilmente resolvido” com uma simples mudança na dieta. Desde então, a felina não teve mais dificuldades em usar a caixa de areia.

Embora já esteja na Dutchess County SPCA há quatro meses, só agora a história de Lulu foi viral. A gata ainda não encontrou um lar e não é a aparência que a impede. Tudo indica que seja os 13 anos que carrega nas costas. No entanto, a felina é “uma senhora feliz e saudável” e embora já seja sénior, tem muito amor para dar.

“Ela é doce, teimosa e amorosa, tudo ao mesmo tempo”, realça a diretora. “Ela ama festas até não as querer mais. Adora catnip, mia alto e bate-lhe com a pata se não fizeres o que ela quer. Ela senta-se nos nossos colos e enterra a cabeça nos nossos braços, sabendo muito bem que os seus lindos olhos azuis irá obrigar-nos a fazer o que ela quer. No mundo de Lulu, és o seu animal de apoio emocional “, brinca.

Através da história da felina, a diretora tem consciencializado os tutores sobre o abandono e espera que todos aprendam com o caso da gata e perceberam que a maioria dos problemas comportamentais e de saúde podem ser resolvidos sem medidas extremas. Lynne frisa que o primeiro passo a seguir quando os patudos começaram a comportar-se de forma diferente, é levá-los a um veterinário para perceber o que se passa.

“Mesmo que não seja uma condição médica, existem vários recursos para ajudar a resolver o problema e evitar a eutanásia ou o abandono num abrigo”, sublinha. A assistência médica, uma orientação especializada e práticas de treinos são alguns citados pela diretora. “O seu animal de companhia não quer deixá-lo. Não desista dele até que tenha explorado todas as opções para o ajudar”, acrescenta.

Lulu está agora à procura de uma casa silenciosa onde possa “descansar e ficar em paz”. O ideal é que seja “filha única” e que não haja miúdos em casa. A felina adora ser escovada e quando quer a atenção dos tutores, sabe bem como a conseguir.

Carregue na galeria para conhecer Lulu, a gata que escapou da morte.