Lumier foi encontrado com “marcas profundas do passado”, que denunciavam as situações difíceis pelas quais o gato de apenas um ano e meio tinha já passado. Resgatado pela veterinária responsável da Câmara Municipal de Oliveira de Armazéns, em Aveiro, o gato foi acolhido pela associação Resgato. Passou por vários procedimentos médicos e por uma recuperação difícil, e esta terça-feira, 13 de maio, encontrou uma família.
O patudo chegou ao cuidado da associação em dezembro de 2024, e revelou-se “um verdadeiro milagre de resiliência”. Devido às lesões que apresentava, a equipa crê que o gato tenha sido vítima de atropelamento. “Foram meses de incerteza, de luta constante pela vida”, conta uma responsável.
Lumier foi levado ao veterinário imediatamente, onde as análises revelaram alterações hepáticas “graves e persistentes”. Foi diagnosticado com uma hérnia diafragmática, que ocorre quando órgãos do abdómen se deslocam para a cavidade torácica, a partir de uma abertura no diafragma, que não deveria existir. Parte do fígado do gato estava alojado no tórax, devido ao impacto do acidente que sofreu.
O felino tinha ainda “uma fratura inoperável” na pata direita dianteira, cuja única opção para curar seria fisioterapia especializada, pela qual a Resgato optou inicialmente. Infelizmente, “não teve melhoria absolutamente nenhuma. Continuava a arrastar pelo chão”, conta à PiT. “Era inútil e não fazia sentido continuar a deixá-lo em desconforto diário”, acrescenta.
Primeiro, o gato foi submetido a uma cirurgia de elevado risco para corrigir os problemas internos. Num segundo momento, foi operado para amputar a pata que ficara danificada. “Sobreviveu e recuperou com uma força que nos arrancou lágrimas de emoção”, testemunha a associação.
Lumier “nunca perdeu a alegria”, e mostra “uma alma que irradia gratidão e amor puro”. Desde o início que se mostrou muito meigo, mesmo nos momentos mais assustadores.
Para além de todas as provações por que já passou, o patudo é também FIV positivo. A Resgato faz notar que o vírus da imunodeficiência felina “não é uma sentença de morte”, e que muitos gatos com esta condição “vivem vidas longas, felizes e sem complicações” Além disso, a convivência com outros animais da mesma espécie é possível, já que “a transmissão requer contacto profundo com sangue infetado”.
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