Animais

Mais de 43 mil animais recolhidos pelas câmaras em 2021. Santo Tirso lidera

O número de cães e gatos recolhidos aumentou fortemente face aos anos anteriores. Em Torres Vedras foi onde mais se eutanasiou.
Esta lady está para adoção no CRO de Santo Tirso.

No ano passado, foram recolhidos 43.603 animais pelos municípios portugueses do continente e ilhas, segundo o relatório anual de atividades dos centros de recolha oficial (CRO) divulgado pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).

Os municípios de Santo Tirso, Ponta Delgada, Cascais, Braga e Vila Nova de Famalicão lideraram em número de animais recolhidos, todos eles com mais de mil.

Outras câmaras registaram igualmente números elevados, como foi o caso de Lisboa, Porto, Coimbra, Évora, Figueira da Foz, Lagos, Portimão e Setúbal.

Analisando os dados do relatório, observa-se um forte aumento de animais recolhidos face aos últimos anos. Em 2018 as recolhas ascenderam a 35.733, no ano seguinte 2019 diminuíram para 31.966 e no ano em que a pandemia chegou ao País foram recolhidos 31.339 animais.

O ano de 2021 marca assim um corte na tendência decrescente que vinha a registar-se. Foram mais 38,6 por cento de animais recolhidos face ao ano precedente.

Mais de dois mil eutanasiados

Já o número de animais eutanasiados nas instalações municipais diminuiu em 2021 face ao ano precedente, mas de forma marginal. Foram 2.188 os animais abatidos nos CRO, contra 2.281 em 2020. Em 2019, esse número tinha sido de 2.647, já a estabelecer uma grande distância face aos 6.350 eutanasiados em 2018.

Para esta forte redução no número de abates esteve a entrada em vigor, a 23 de setembro de 2018, da lei que proíbe o abate de animais como medida de controlo da população – lei essa que também aprovou medidas para a a criação de uma rede de centros de recolha oficial de animais.

Em vigor desde 23 de setembro de 2016, a lei teve um período transitório de dois anos para adaptação.

Torres Vedras volta a liderar eutanásia

Analisando o relatório, é possível constatar que Torres Vedras – que no ano passado recolheu 672 animais e entregou para adoção 238 – foi de longe o município (tal como sucedeu em 2020) onde mais animais foram eutanasiados: 229.

Seguiram-se Lisboa (87), Santa Cruz, na Madeira (82), Loures (61) e Penalva do Castelo (61) como os municípios que mais animais “puseram a dormir” em 2021.

Tomar (52), Sátão (47), Setúbal (46), Ponta Delgada (44), Fafe (43), Mangualde (43), Águeda (41), Paredes (39), Porto (38) e Ansião (37) estão entre outras das câmaras onde mais animais não tiveram um final feliz.

Santo Tirso, o município que mais animais recolheu (1.505), eutanasiou “apenas” 18. Aliás, olhando para os dados, percebe-se que as autarquias que mais cães e gatos recolheram não constam da lista das que mais abateram – com exceção de Ponta Delgada.

De salientar ainda que em muitos municípios portugueses não houve qualquer animal abatido no ano passado. E Marco de Canaveses, que em 2020 foi o segundo município que mais eutanasiou (122, logo a seguir aos 204 em Torres Vedras), no ano passado reduziu fortemente esse número para 10.

Em que circunstâncias se abate um animal?

Os casos previstos para um cão ou gato ser eutanasiado por médico veterinário num CRO são os seguintes:

–  Nos casos em que o animal tenha causado ofensas graves à integridade física de uma pessoa, devidamente comprovada por relatório médico;

–  Nos casos em que o animal apresente um comportamento agressivo ou assilvestrado que comprometa a sua socialização com pessoas ou outros animais e torne inviável o seu encaminhamento para cedência e adoção;

– Nos casos em que o animal seja portador de zoonoses ou de doenças infetocontagiosas, representando a sua permanência no CRO uma ameaça à saúde animal, ou constitua um perigo para a saúde pública, no âmbito ou na sequência de um surto de doença infetocontagiosa.

Mais animais adotados em 2021

No ano passado, houve um outro número que cresceu – mas ainda bem. O número de animais adotados nos centros de recolha oficiais aumentou substancialmente em comparação com os anos anteriores: 25.474 encontraram um lar em 2021, contra 20.664 em 2020, 18.187 em 2019 e 15.263 um ano antes.

Embora não seja possível tirar conclusões diretas, o facto é que as adoções têm aumentado mas o número de animais recolhidos pelos municípios também.

No relatório é definido como animal recolhido “aquele que, por ser errante ou vadio, abandonado, vítima de maus tratos ou agressor, por recolha compulsiva, é recolhido para um CRO”.

Em conclusão, no ano de 2021 houve um acréscimo do número de animais recolhidos, adotados e esterilizados e um decréscimo (menos 93) do número de animais eutanasiados nos centros de recolha oficial.

Percorra a galeria para conhecer alguns dos milhares de animais à espera de um lar nos canis e gatis portugueses.

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