Animais

Médicos Veterinários querem serviço de assistência social para animais

O apelo da Ordem visa reagir ao abandono de animais domésticos. Este tipo de serviço social depende do investimento do Estado.
O abandono animal subiu 35 por cento este ano.

A poucos dias da data dedicada aos animais abandonados, que todos os anos é fixada no terceiro sábado de agosto — este ano é a 20 que se assinala o Dia Internacional do Animal Abandonado —, a Ordem dos Médicos Veterinários defendeu a necessidade  de um serviço de assistência social direcionado aos animais de companhia, sobretudo numa altura em que o abandono animal tem vindo a aumentar (mais precisamente em 35 por cento, só este ano).

De uma média que ronda os 35 mil animais abandonados por ano em Portugal, a OMV atribui significado à data com o objetivo de “consciencializar a sociedade relativamente à situação dos animais abandonados, promover a adoção e divulgar os cuidados a ter com os animais, tais como a vacinação, esterilização, registo na base de dados e chip, além de garantir outros cuidados médico-veterinários para reduzir a superpopulação”.

Neste momento, contam-se aproximadamente meio milhão de animais sem dono no País, totalmente dependentes dos esforços de instituições defensoras da causa animal. O próprio bastonário da OMV, Jorge Cid, alerta para as vicissitudes da tendência crescente deste flagelo: Há problemas gravíssimos relacionados com o abandono, desde fatores económicos, problemas de comportamento do animal, doença ou morte do dono, descontrolo de natalidade, férias, entre outros aspetos, que têm contribuído para aumentar o abandono animal e que afeta principalmente cães e gatos”. E aponta, ainda, para uma possível solução: “Neste contexto, é essencial a criação de um veículo de assistência social para aconselhamento e apoio para detentores de animais em risco”.

A criação deste serviço de assistência social revela-se, assim, importante na atuação junto de detentores de animais de companhia com dificuldades propícias ao abandono dos mesmos, mas depende do investimento do Estado nesta matéria — designadamente pelas verbas alocadas pelo Governo ao abandono animal, por forma a reforçar, ainda, uma política ativa de esterilização.

Além das medidas de apoio aos animais abandonados já existentes, tais como o Programa Nacional de Apoio à Saúde Veterinária para Animais de Companhia em Risco, conhecido como Cheque Veterinário, concretizado pela própria OMV, com vista a ajudar, fundamentalmente, famílias carenciadas com animais domésticos, o bastonário vê na assistência social mais um mecanismo valioso para responder a este problema: “Esta intervenção em serviço social dirigido aos animais pressupõe um investimento por parte do Estado para solucionar o problema, e pode ser uma resposta social eficaz para o abandono dos animais de companhia em Portugal”.

 

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