Animais

Morreu Hasija, a cria paraplégica de tigre branco encontrada no lixo

Passou mais de um mês nos cuidados intensivos mas teve de ser eutanasiada. O responsável por a abandonar ainda é desconhecido.
Tinha quatro meses.

Cerca de um mês e meio depois de ter sido resgatada próxima do Jardim Zoológico de Ática, na Grécia, Hasija não resistiu. A notícia da sua morte foi avançada pelo próprio espaço, dias depois deste ter anunciado que a cria paraplégica de tigre branco estava a recuperar.

“Desde o dia em que foi abandonada no exterior do Parque Zoológico Attica, por ordem das autoridades competentes, a pequena Hasija permaneceu nos cuidados de acolhimento e tratamento das nossas instalações. Desde o primeiro momento, os graves problemas que enfrentava eram notórios”, escreveu o zoo no Facebook. “Os nossos funcionários, veterinários e cuidadores estiveram ao seu lado em todos os momentos com muito amor”, acrescentou.

A 29 de março, um comité de 12 médicos veterinários escolhidos pelo Ministério do Meio Ambiente reuniu-se para avaliar os exames e discutir o futuro da felina. Na altura o zoo avançou que foi considerado necessário a realização “imediata” de novos exames que iriam “contribuir significativamente” para um diagnóstico final. No dia seguinte, Hasija foi transferida para um centro privado na região onde foi submetida a uma biópsia óssea.

Este mês, o resultado não foi o esperado. Os graves problemas genéticos incuráveis levaram os veterinários, juntamente com outros especialistas estrangeiros, a “sugerirem unanimemente” às autoridades que a eutanásia era a única opção. Na passada semana, a felina despediu-se dos seus cuidadores.

“A pequena Hasiya partiu sem dor, no local onde ficou este tempo todo e entre as pessoas que a amaram e uniram-se a ela durante estas seis semanas”, lamentou o zoo. O seu corpo foi transferido para o laboratório de anatomia patológica da Escola Veterinária da Universidade de Tessália.

Vítima do comércio ilegal

Hasija foi encontrada a 28 de fevereiro ao lado de um caixote de lixo próximo do zoo de Ática por um funcionário de limpeza que alertou o espaço sobre a sua presença. A felina não se movimentava da cintura para baixo e foi submetida a vários exames como uma ressonância magnética.

“Quando a vi pela primeira vez, não pude acreditar no que estava a ver. Não pude acreditar que um animal estivesse em tal estado”, disse Noi Psaroudaki, veterinária do Zoo, à agência de notícias “Reuters”. “Ela provavelmente foi alimentada com uma dieta inadequada e tem uma deficiência severa de vitaminas e minerais, o que torna os seus ossos extremamente frágeis”, explicou.

Tudo indica que Hasija tenha sido vítima do tráfico de animais selvagens e entrado ilegalmente no país. Em seguida, foi abandonada pelo seu comprador devido aos problemas que tinha. No raio-x, foi descoberta uma placa de metal colocada numa das suas patas traseiras.

As organizações dos direitos animais têm conhecimento sobre o comércio ilegal de animais na Europa, que tem a Ásia e a África como principais vendedores.

“Sabemos que os animais entram na Grécia ilegalmente — cobras, tigres, como este, não é a primeira vez que um tigre entra”, sublinhou Maria Ganoti, chefe da ANIMA, uma associação grega de resgate de vida selvagem.Os animais vêm de países como a Turquia ou o Chipre e a Grécia, segundo Maria, é uma “porta de entrada” para o resto da Europa.

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