Mencari, a tigre-de-sumatra mais velha do mundo, morreu aos 23 anos. A saúde da felina havia-se deteriorado nos últimos dias e os funcionários do Zoo de Hamilton, onde vivia na Nova Zelândia, tomaram a “difícil decisão” de a eutanasiar. A notícia foi avançada pelo próprio espaço nesta terça-feira, 28 de março.

“O nosso jardim zoológico está de luto pela perda de uma miúda muito especial, a muito amada tigre-de-sumatra Mencari”, começou por escrever o espaço. Embora 23 anos seja um “marco notável” para um tigre — os felinos costumam viver até 15 na natureza, e 20 em cativeiro —, o zoo partilhou que Mencari “permaneceu ativa e animada” até recentemente.

“Os seus cuidadores e a equipa veterinária controlavam-na de perto e perceberam que ela estava a diminuir a velocidade e o seu espírito travesso de sempre não estava mais lá. Era notório que havia chegado a hora de intervir para garantir que ela não sofresse”, frisou. Na manhã desta terça-feira, 28, a felina foi colocada para dormir na companhia de funcionários “que a amavam e cuidavam da sua saúde”.

Os seus cuidadores partilharam que Mencari tinha “uma boa dose de atitude”. Nos dias mais quentes, adorava apanhar sol e receber um bloco de gelo de sangue. A tigresa havia completado 23 anos em janeiro deste ano, sendo eleita como a tigre-de-sumatra registada mais velha do mundo.

Nas redes sociais, o zoo acrescentou que é sempre “difícil” despedir-se dos animais, mas que a prioridade do espaço é garantir que estes não tenham de sofrer. “Mencari fará muita falta. Ela era uma alma especial e a favorita entre os seus cuidadores, que estão a sentir profundamente a perda”, disse o diretor do zoológico, Baird Fleming.

Mencari era uma das três tigresas a viverem no zoo. A felina nasceu no Zoo de Wellington nos anos 2000 e foi transferida para o de Hamilton juntamente com os “manos” Jaka e Molek, aos 14 meses. O trio foi os primeiros tigres a serem acolhidos pelo jardim zoológico. “Ao longo dos anos, Mencari conquistou o coração de muitos, educando os visitantes e promovendo a conservação desses belos animais”, disse o espaço.

Mark Turner, um dos seus cuidadores, trabalhava no Zoo de Wellington quando o trio foi transferido e recorda que nesta altura foi “a última vez” que viu Jaka e Molek. Em 2020, quando se mudou para Hamilton, ficou “surpreendido” ao ver que Mencari ainda estava não só viva, mas também “alegre e saudável” numa idade tão avançada. “Foi uma experiência maravilhosa poder trabalhar com ela novamente”, disse ao jornal “Waikato Herald”.

Agora, no Zoo de Hamilton restam apenas as tigresas Sali e a sua filha, Kirana. A primeira nasceu em 2008, dando à luz a segunda em 2014. A felina é irmã do macho Kembali, que foi transferido para o Zoo de Adelaide, na Austrália, como parte do programa de reprodução da espécie.

O pai da dupla, o tigre Oz, chegou ao espaço em 2013 para acasalar com Sali. No entanto, foi com Mencari que criou uma forte amizade. “Os dois passavam grande parte do tempo juntos, o que é raro para animais que costumam ser solitários”, partilhou o espaço. Oz acabou por morrer em setembro de 2020.

O tigre-de-sumatra é considerada a menor subespécie de tigre do mundo, destacando-se pela pelagem mais escura. A espécie está classificada como “criticamente ameaçada” na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), que estima-se que existam apenas 350 espécimes soltos na natureza, estando a grande maioria na ilha de Sumatra, Indonésia.

A 7 de janeiro, filhotes gémeos de tigre-de-sumatra nasceram no Jardim Zoológico de Chester, em Inglaterra, e trouxeram esperança para a espécie. No Zoo de Lisboa, pode apadrinhar um tigre-de-sumatra por um período mínimo de um ano. Os valores começam nos 60€ e visa contribuir para os cuidados e conservação da espécie.

Carregue na galeria para ver alguns momentos de Mencari.