Animais

Morreu o urso italiano conhecido por comer pizza. Foi homenageado por Milo Manara

Juan Carrito foi vítima de um atropelamento. Tinha um comportamento semelhante ao dos humanos, motivo pelo qual ganhou fama.
Tinha três anos. Fotografia: Parque Nacional de Abruzzo.

Juan Carrito, o famoso urso italiano que ficou conhecido por gostar de visitar zonas habitadas e de comer pizzas e bolos, morreu nesta segunda-feira, 23 de janeiro. O gigante tinha apenas três anos e foi vítima de um atropelamento na estrada que liga Roccaraso a Castel di Sangro, no centro de Itália. A notícia foi avançada pelo Parque Nacional de Abruzzo, Lazio e Molise, uma das áreas onde o urso vivia.

“O Juan Carrito era um urso problemático mas no parque tudo fizemos, contra tudo e todos, para lhe dar uma oportunidade e mantê-lo livre. Agora, ele deixou-nos”, lamentou numa publicação no Facebook. De uma espécie considerada ameaçada e rara, o urso-marsicano que conquistou o coração de milhares em todo o mundo tinha uma personalidade única que ficou marcada pelos seus hábitos humanos.

Estes ursos são maioritariamente encontrados nas montanhas isoladas de Apeninos, uma área que abrange as regiões de Abruzzo, Lazio e Molise. Mas o gigante escolheu Roccaraso, uma cidade em Áquila, para viver. Um dos principais motivos da sua fama foram as ousadas visitas em estâncias de ski e aldeias próximas, onde era visto à procura de comida no lixo.

Desde que a sua morte foi anunciada, foram muitos os admiradores e figuras públicas que lamentaram a sua morte. Entre eles, está Milo Manara, o famoso autor de Banda Desenhada, que fez um desenho em homenagem ao urso. “Lamento muito saber da trágica morte de Juan Carrito”, escreveu.

Adorava pizza e bolos

Em 2021, Juan Carrito foi destaque em vários jornais nacionais e internacionais após invadir e destruir uma pastelaria em Roccaraso para comer bolos e doces. No últimos anos, foi apanhado duas vezes por guardas florestais, que o soltaram em zonas de florestas mais isoladas.

Na altura as autoridades observaram os efeitos nocivos de comer lixo e restos de pizza para o desenvolvimento do urso e frisaram que levá-lo para zonas afastada era para o seu próprio bem, chegando até a criar fechos próprios para evitar que os ursos conseguissem abrir as lixeiras. Porém, os esforços para manter Juan Carrito longe não funcionaram e o gigante continuou a visitar as aldeias.

“Ele era um animal exuberante. Eu costumava compará-lo a uma espécie de James Dean dos ursos, lindo e condenado”, disse Luciano Sammarone, diretor do Parque Nacional de Abruzzo, Lazio e Molise, em comunicado citado pelo jornal norte-americano “The New York Times”. “Ele passou a vida inteira a ser o centro das atenções. Era um embaixador da espécie”, acrescentou.

Segundo a agência de notícias “Reuters”, estima-se que existam cerca de 50 espécimes de ursos-marsicanos restantes em Itália. Estes são constantes alvos de estudos e as associações estão a fazer apelos a procura de doações para o fundo de pesquisa e conservação da espécie.

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