Animais

Muita comida, cores e diversão: foi assim o festival que trata os cães como deuses

A data celebra a lealdade e o amor dos animais pelos humanos. Para tal, vestem-se com guirlandas e participam de alguns rituais.
São celebrados como reis.

Rafeiros ou de raça, aqui não há discriminação. No segundo dia do festival hindu mais aguardado do ano para os nepaleses e as regiões indianas de Siquim e Gorkhaland, celebra-se o Kukur Tihar, em que os cães são os protagonistas. E não há outra forma de passar o dia a não ser ao lado de milhares deles nas ruas, festas ou até mesmo em casa.

A 12 de novembro, os cães foram tratados como realeza durante as celebrações do Diwali, o festival das luzes que chegou ao fim esta quarta-feira, 15 de novembro. Com guirlandas e tintas coloridas (naturais) na cabeça, os patudos vestiram-se a vigor para serem celebrados graças a todo o amor, lealdade e companhia que oferecem aos humanos.

Durante todo o dia de Kukur Tihar, as ruas encheram-se de cores e diferentes desfiles para os animais. Já em casa, os tutores decoraram a propriedade e fizeram diferentes festas para os companheiros de quatro patas.

Várias associações também aproveitaram para comemorar ao lado das centenas de cães que acolhem diariamente — afinal, eles também merecem. Um abrigo no leste de Siliguri, na Índia, fez questão de fazer colares de flores para todos os patudos, além de oferecer vários mimos durante o fim de semana.

As autoridades também não ficaram de fora e participaram de vários rituais em homenagem aos seus cães usados para farejar drogas, pessoas desaparecidas, explosivos, buscas em desastres naturais, ou outros.

A celebração teve a sua origem na mitologia hindu que conta com várias figuras canídeas com diferentes funções ao lado dos deuses ou personagens importantes em histórias e textos relacionados.

Bhairava, uma manifestação do deus Shiva, tem o cão Shvan como a sua “vahana”, isto é, uma característica responsável por aumentar os poderes dos deuses. Nos portões do inferno de Yamraj, o deus da morte, dois cães são também responsáveis pela sua segurança. Já no texto épico de Mahabharat, os patudos acompanham os Pandavas, um grupo de cinco irmãos, durante a sua jornada até o céu.

Muitos que seguem o hinduísmo, acreditam que celebrar os cães é uma forma de ver a morte como algo positivo. Caso terminem a sua jornada no céu, serão acompanhados pelos animais durante todo o processo. Já no inferno, contam com a sua proteção contra qualquer tipo de tortura que possam ser submetidos.

Desde 2016, o México também adotou as celebrações e criou o seu próprio Kukur Tihar, que decorre na mesma altura que o original na cidade costeira de Puerto Vallarta.

De seguida, carregue na galeria para ver alguns cães a serem celebrados no Kukur Tihar deste ano.

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