Animais

Namíbia vai abater 723 animais selvagens por causa da seca

Elefantes, hipopótamos, impalas, girafas, búfalos, gnus e zebras serão mortos para alimentar a população.

O número é assustador. Um total de 723 animais selvagens que habitam nos parques nacionais da Namíbia vão ser abatidos para dar de comer à população, bastante afetada em termos de recursos alimentares devido à forte seca que assola o país. Foi esta a solução encontrada pelo governo namibiano.

O anúncio foi feito na segunda-feira, 26 de agosto, pelo Ministério do Ambiente do país, que alertou para o facto de o sul de África estar a atravessar a sua pior seca de há várias décadas – com metade da população a passar por uma situação se insegurança alimentar. “As Nações Unidas revelaram que, no mês passado, a Namíbia tinha já esgotado 84% das suas reservas alimentares”, sublinha o Ministério, citado pela plataforma “Africa News”. O Ministério refere ainda que os abates terão lugar nas regiões onde o número de animais selvagens excede grandemente as zonas de pastagem e recursos de água disponíveis.

Segundo o comunicado governamental, citado pela agência Reuters, serão mortos 83 elefantes, 30 hipopótamos, 60 búfalos, 50 impalas, 100 gnus, 300 zebras e 100 elandes (um dos maiores antílopes africanos). O abate será realizado em parques nacionais e áreas comunitárias.

O Ministério deu ainda conta de que já foram abatidos 157 animais, por caçadores profissionais e empresas – nomeadamente as que organizam safaris – contratadas pelo governo namibiano, o que “rendeu” 56.800 quilos de carne. “Este exercício é necessário e está em linha com o nosso mandato constitucional, em que os nossos recursos naturais são usados em benefício da população”, referiu.

Já há petição para impedir este abate na Namíbia

A decisão está a gerar muita contestação junto dos defensores dos direitos dos animais e está já a correr uma petição para tentar impedir aquilo a que chamam de “matança” em nome da política. “Este é ano de eleições na Namíbia. O partido no poder, SWAPO, confronta-se com uma rejeição crescente por parte dos eleitores, com o apoio político que tem a provir sobretudo das áreas comunitárias rurais que vão receber a carne destes abates. A única conclusão lógica é a de que o SWAPO pretende explorar, e potencialmente dizimar, um recurso de vida selvagem bastante frágil e em rápida diminuição para reforçarem o apoio político nas urnas a 29 de novembro”, acusa o texto da petição.

“Este é um ato de espoliação ecológica levado a cabo sem qualquer consideração pelo vasto impacto económico e ambiental que terá na Namíbia”, aponta ainda a petição, lembrando os números do turismo no país – que é grandemente atraído pela possibilidade de observação da vida selvagem.

Para os amantes da vida selvagem, também por cá é possível observar muitos destes belos animais no seu dia a dia. O Monte Selvagem, localizado em Lavre (Montemor-o-Novo), a menos de duas horas de Lisboa, oferece uma experiência única e emocionante para os amantes da natureza. A reserva animal conta com cerca de 70 espécies e, desde 1 de junho, oferece uma aventura semelhante a um safari em África. O centro de conservação da natureza, que é também um parque aventura, está pela primeira vez aberto ao público durante a noite – e pode usufruir da experiência até ao final de setembro. Será possível acampar em tendas instalados dos carros, proporcionando uma experiência única de observação dos cerca de 300 animais que habitam o local. Percorra a galeria para saber mais.

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