A NASA anunciou nesta segunda-feira, 18 de dezembro, que conseguiu enviar à Terra o primeiro vídeo em ultra qualidade do espaço profundo (mais precisamente a 30 milhões de quilómetros de distância). O conteúdo não era um novo planeta, constelações, uma nova descoberta ou algo fora do habitual — era o gato Taters a perseguir um laser num sofá.
O vídeo de 15 segundos foi enviado a 11 de dezembro através da missão Psyche, lançada em outubro, pela equipa de comunicação do espaço profundo da NASA. O marco faz parte de uma demonstração de tecnologia da empresa cujo objetivo é transmitir vídeos e outros dados do espaço, permitindo assim futuras missões humanas além da órbita da Terra.
“Esta conquista ressalta o nosso compromisso com o avanço das comunicações óticas como um elemento-chave para atender às nossas futuras necessidades de transmissão de dados”, frisou Pam Melroy, vice-administradora da NASA. “Aumentar a nossa largura de banda é essencial para alcançar os nossos objetivos futuros de exploração e ciência. Esperamos o avanço contínuo desta tecnologia e a transformação da forma como comunicamos durante as missões interplanetárias”.
A demonstração transmitiu o vídeo através de mensagem de laser e demorou 101 segundos para chegar à Terra, sendo enviado na taxa de bits máxima do sistema de 267 megabits por segundo (Mbps). O instrumento enviou um laser no infravermelho próximo para o Telescópio Hale no Observatório Palomar da Caltech, no condado de San Diego, Califórnia, Estados Unidos, onde foi transferido.
Em seguida, cada quadro do vídeo em loop foi enviado “em direto” para o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, no sul da Califórnia, onde foi reproduzido em tempo real.
“Toda a gente adora o Taters”
O gato pertence a um dos funcionários do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA e os gráficos disponíveis durante os 15 segundos do vídeo ilustram vários recursos da demonstração técnica, como o caminho orbital de Psyche, a cúpula do telescópio Palomar, as informações técnicas sobre o laser e a sua taxa de bits de dados. A frequência cardíaca, a cor e a raça do patudo também estão em exibição.
“Apesar de transmitir a milhões de quilómetros de distância, ele foi capaz de enviar o vídeo mais rápido do que a maioria das conexões de internet de banda larga”, disse Ryan Rogalin, líder de eletrónicos do projeto. “Na verdade, depois de receber o vídeo em Palomar, ele foi enviado ao JPL pela internet, e esta conexão era mais lenta do que o sinal que estava a vir do espaço profundo. O DesignLab do JPL fez um trabalho incrível a ajudar-nos a mostrar essa tecnologia — todo a gente adora o Taters”.
Os quilómetros que o vídeo percorreu equivale a 80 vezes a distância Terra-Lua. O laser pode enviar dados de dez a cem vezes mais rápidos do que os sistemas tradicionais de ondas de rádio.
De seguida, carregue na galeria para ver fotografias do projeto a e recordar a história de Laika, a cadela enviada para o espaço há seis décadas.