Animais

Nesta associação de cães-guias, quem manda é o gato Sylvester

O felino apareceu no centro de treino há nove anos e nunca mais saiu. É respeitado por todos os canídeos e até lhes rouba a cama.
Adora estar com os cães.

Disciplina, paciência e vontade de trabalhar são três características que Sylvester nunca teve — o antigo gato vadio faz o que quer e quando quer. Em meados de 2016, quando decidiu encontrar o seu próprio lar, foi num centro de treino de cães-guia que decidiu instalar-se. O motivo? Ninguém sabe ao certo, mas há quem diga que não há melhor sítio para um gato do que um onde os cães são obrigados a obedecer.

Sylvester “invadiu” o Guide Dogs Leamington Spa há precisamente nove anos e nunca mais de lá saiu. O centro de treinos fica na cidade de Leamington Spa, em Inglaterra, e os voluntários decidiram acolhê-lo. Desde o início que a presença de cães de todas as raças e tamanhos nunca foi um problema para o gato. Até porque nada consegue afetar o Sylvester — apenas a falta de comida na tigela, claro.

Sarah Cooper, técnica de bem-estar canino, contou à “BBC” que o nível de despreocupação é tal que o cão rapidamente se habituou a dormir com os cães. Desde que chegou, começou a ir até aos “quartos” dos canídeos e sentiu-se em casa. “Encontrámo-lo muitas vezes a dormir nas camas dos cães”, partilhou.

É ele que manda.

Antes de Sylvester, o centro de treino já tinha acolhido outros dois gatos. E o felino apareceu pouco depois da morte do segundo, quando tinha cerca de um ano. “Gostamos sempre de ter aqui um gato, é bom para treinar os cães”, frisou.

A presença do felino ajuda a testar os canídeos para o que os treinadores chamam de “distração felina”. Quando são adotados por uma pessoa invisual, têm de estar preparados para lidar e ultrapassar qualquer distracção que possa afetar o trabalho e, consequentemente, a saúde do tutor.

Sylvester tem microchip, todas as vacinas em dia, foi desparasitado e castrado. “Adora passear e apenas sentar-se no meio enquanto os cães tentam trabalhar numa pista de obstáculos”, partilhou. “Também gosta de saltar para cima dos cães. É muito bom porque nem todos os animais foram expostos a gatos quando estavam com os criadores.”

Os canídeos tendem a ir para o centro de treino quando têm pouco mais de um ano. E nem a energia caótica de um cão jovem abala o gato. Sarah contou que os pequenos chegam, ladram e correm em direção a Sylvester, que “nem pestaneja”.

O patudo tornou-se também numa celebridade e no primeiro fim de semana de cada mês, tem direito a uma publicação na página de Facebook do Guide Dogs Leamington Spa. Nesta, as voluntárias colocam dezenas de fotos para contar tudo que o felino fez nos últimos dias — e o seu clube de fãs vai à loucura.

De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre Sylvester, o gato que manda num centro de treino de cães-guias.

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