Já todos ouvimos falar de fenómenos estranhos, com animais que caem dos céus, aos montes, sem explicação visível – pelo menos, à primeira vista. São rãs, são pássaros… e até peixe. No passado fim de semana foi precisamente isso que aconteceu na pequena cidade australiana de Lajamanu, na região do deserto de Tanami – no chamado Território do Norte –, que fica a cerca de 550 quilómetros a sul de Darwin.
“Vimos que havia uma grande tempestade a caminho da nossa comunidade e achámos que seria apenas chuva. Mas quando a chuva começou a cair, também caíram peixes”, contou à “ABC News” australiana o conselheiro local de Lajamanu e do Deserto Central, Andrew Johnson Japanangka.
O fenómeno, apesar de raro, não é inédito. Naquela região é a quarta vez que acontece nos últimos 50 anos – depois das ocorrências relatadas em 1974, 2004 e 2010. E apesar de os peixes terem “voado” numa distância considerável, já que não há lagos nem rios por perto, muitos deles ainda estavam vivos quando caíam. “Alguns até foram recolhidos por crianças, que os guardaram em garrafas e jarras “, comentou Andrew Johnson Japanangka.
In a freak weather event, alive fish started falling from the sky at the Lajamanu community on the edge of the #Australian desert.
Tornados can suck up fish from lakes and drop them 100s of km away, and if the fish are lucky they won’t freeze, and they’ll survive the fall. pic.twitter.com/G1LXoNz1qI— last_goose (@ElaBoubou) February 21, 2023
Peixe manteve-se vivo
Mas como é que os peixes ainda estavam vivos? Michael Hammer, curador dos peixes do Museu do Território do Norte, explicou que não é invulgar que isso aconteça, dado que não foram levantados a uma grande altura. “Depende sempre muito dos padrões meteorológicos locais”, afirmou à “ABC News”.
Segundo os meteorologistas, estes fenómenos raros podem ser causados por fortes correntes, como tornados, que sugam a água e os peixes dos rios, despejando-os a centenas de quilómetros de distância.
O peixe que caiu do céu, que Jeff Johnson – ictiólogo do Museu de Queensland – diz serem percas prateadas, era do tamanho da palma da mão de uma criança. E as crianças estiveram entre os mais empolgados com a situação – muitas delas mantendo agora os peixes como pets.