A frequência com que os tutores de gatos veem os seus comandos ignorados poderia levar à conclusão de que os felinos simplesmente não compreendem o que a eles está a ser pedido. Porém, um novo estudo vem provar que os gatos compreendem muito mais do que mostram. Mas só fazem as suas vontades.
Já tinha sido demonstrado que os gatos conhecem certas palavras, nomeadamente os seus nomes. Agora, o novo estudo, publicado no jornal Scientific Reports, veio demonstrar que as suas capacidades vão muito mais além.
Os investigadores pretenderam simular os métodos empregues num estudo de 1998, que analisou o tempo que os bebés humanos precisam para associar determinados objetos às suas designações. Desta vez, foram selecionados 31 gatos adultos, de raça indefinida, cuja tarefa consistiu em olhar para um ecrã com duas formas animadas – uma nuvem azul e um sol vermelho – durante 9 segundos cada uma. Enquanto observavam as imagens, a voz dos seus tutores era reproduzida, pronunciando duas palavras inventadas – “keraru” para a primeira imagem, e “parumo” para a segunda. Os gatos observaram as imagens até perderem interesse nelas.
A experiência foi repetida mais quatro vezes. Metade tinha os áudios trocados (keraru para o sol, e parumo para a nuvem).
A troca das palavras captou a atenção dos gatos, que passaram mais 33% de tempo a observar os ecrãs. Nesta fase, verificou-se ainda que a troca das palavras provocou um aumento na dilatação das pupilas dos felinos. Estes fatores sugerem que uma associação entre as imagens e as palavras tinha sido estabelecida, e que a troca causou confusão.
Em média, os gatos precisaram de duas repetições de 9 segundos para aprenderem a correspondência, ao passo que, no estudo original, os bebés humanos precisaram de quatro repetições de 15 segundos. Apesar dos métodos dos estudos não terem sido perfeitamente idênticos, esta constatação pode significar que os gatos são mais rápidos a associar palavras e objetos do que os bebés.
Takagi, uma das lideres do estudo, ressaltou o interesse dos gatos em aprender as palavras sem qualquer treino ou recompensa, num processo de aprendizagem que comparou ao dos seres humanos.
A vontade dos gatos em aprender o significado das palavras que ouvem pode ser justificada pela evolução da espécie. Há mais de 10000 anos que gatos e seres humanos evoluem lado a lado, pelo que é vantajoso para os felinos que consigam compreender as formas de comunicação a que estão expostos.
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