Animais

Nunex vive com diabetes na associação Animarco. Espera uma família que o acolha

O patudo com menos de um ano recebe duas injeções de insulina por dia, mas não se importa nada com isso.
Ainda espera uma família.

Quando a ferida na pata traseira de Nunex teimava em não cicatrizar, as suas cuidadoras da associação Animarco suspeitaram que o cão deveria ter algo de diferente. A esta particularidade juntaram-se outros indicadores, que levaram a equipa a procurar ajuda médica para o patudo — foi diagnosticado com diabetes, mas depois de começar os tratamentos quase nem dá pelas diferenças. 

Não se sabe ao certo a idade do patudo, mas, afirmam Vânia e Beatriz Vieira, terá menos de um ano. As voluntárias da associação onde Nunex reside temporariamente explicam à PiT que o cão foi resgatado em fevereiro, ainda bebé, em Marco de Canaveses, distrito do Porto, depois de ter sido atropelado. “Foi encontrado sem se mexer e levado pelo Centro de Recolha Oficial, que depois o entregou à Animarco”, explica Beatriz.

Nunex nunca escondeu a personalidade brincalhona e extrovertida, e destacou-se desde o início por ser “super guloso”. Quando a ferida da pata, provocada pelo atropelamento, não cicatrizou ao ritmo esperado, a equipa do abrigo suspeitou que algo poderia não estar bem com a sua saúde. Além disso, o cão “comia muito mas continuava muito magro”, e “bebia muita água e tinha uma urina pegajosa”. Pouco tempo depois da sua chegada, os voluntários deram-se conta de que o patudo tinha deixado de ver bem. “Ele desenvolveu uma névoa nos olhos, e ia contra as portas e as pernas das pessoas, e ladrava para as paredes”, adiantam as irmãs.

O cão foi levado ao veterinário, e diagnosticado com diabetes canina. Para que a sua saúde se mantenha estável, recebe injeções de insulina duas vezes por dia, e é alimentado com uma ração específica para animais com esta condição, que “tem uma dose que equilibra o nível de açúcar no sangue”. Este tratamento terá de ser cumprido para o resto da vida de Nunex, para que o patudo “tenha uma vida o mais longa possível”. “Nunca terá tanto tempo como um cão normal, mas pode ter vários anos com qualidade”, avança Beatriz.

Apesar da diabetes, Nunex “é um cão com vida”, que adora brincar, e que procura a companhia de humanos e de outros patudos. A sua visão está quase completamente reestabelecida. “Já não há mais episódios de ladrar para as paredes”, brinca Beatriz.

Devido à condição, o cão passa a maior parte do tempo na box, onde reside sozinho, para evitar o risco de ser ferido pelos outros animais. As voluntárias lamentam a decisão, reconhecendo ser importante para sua segurança, mas avançando que “ele não gosta de estar sozinho”. Além disso, adiantam não saber se a saúde do cão permite que sobreviva às baixas temperaturas, já que “ainda não passou um inverno ali”.

 A vida na associação significa também que nem sempre as suas cuidadoras podem garantir que a insulina seja administrada à mesma hora consistentemente, “porque não é só ele, há mais 200 cães para tratar”.

A equipa apela à adoção do patudo, que “já está habituado ao tratamento e não oferece resistência nenhuma”. À sua futura família, pedem a consciência de que é necessária disponibilidade financeira para custear a insulina, a alimentação especial e possíveis consultas de acompanhamento. 

As adoções podem ser feitas online.

Carregue na galeria para conhecer Nunex, que procura uma família.

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