Animais

O cão Binu encontrou o gato Hoshi abandonado em Tomar. Agora são os melhores amigos

O felino tinha poucos dias de vida e se não fosse o Frenchie e a nova família, não teria sobrevivido. São adoráveis.
São inseparáveis.

Hoshi “não tinha mais do que duas semanas” quando foi encontrado. O gato estava sozinho num pinhal na região de Tomar quando chamou a tenção de Binu, um cão Bulldog Francês que nunca tinha tido qualquer contacto com felinos. Os tutores, Inês Marques e Diogo Rocha, também nunca tinham tido um animal da espécie, mas naquele momento decidiram salvá-lo. 

“Costumamos dizer que o Binu adotou o Hoshi, porque nós só queríamos que ele sobrevivesse, mas depois não conseguimos separá-los e ficámos com ele”, começa por contar à PiT a arquiteta de 32 anos. O cão chegou à família em fevereiro de 2020 e quis o destino que não fosse filho único. Isso porque o gato foi encontrado poucos tempo depois, no mês de junho. 

Naquela altura, Inês, Diogo e Binu fizeram de tudo para salvá-lo sem qualquer experiência prévia. “Nenhum de nós sabíamos cuidar de um gato”, confessa.Tivemos apoio de uma senhora amiga minha e conseguimos fazer todos os cuidados. Despertávamos a meio da noite para lhe dar biberão, aquecer o leite e tudo isso. Tivemos de ter os cuidados de mãe dele mesmo, porque ele não abria os olhos.”

Inês e Diogo, 34, tinham de alimentar o pequenote de três em três horas. “Queríamos mesmo era que ele sobrevivesse, era o principal. Também tratámos das necessidades, porque inicialmente eles não fazem sozinhos. Fomos a mãe do Hoshi.”

Hoje, o cão e o gato são unha com carne e fazem de tudo juntos. “Eles dormem juntos aconchegados, principalmente no inverno, e também brincam muito à apanhada”, partilha. “Se passarmos alguns dias ausentes com o Binu, quando chegamos, o Hoshi vai correr para ir ter com ele. Ele tem saudades é do Binu, não é de nós. A mãe, a família e o dono dele é o Binu”, diz, entre risos.

O cão é descrito pela tutora como “taralhouco, brincalhão e energético”, mas é também muito dorminhoco. Já Hoshi, está sempre a caçar — se não tiver insetos à vista, tenta apanhar o mano canídeo e até mesmo os donos. “Fica sempre escondido. É perspicaz”, sublinha.

Hoshi e Binu.

Binu tem uma doença rara e anda de bicicleta

Quando o Frenchie tinha cerca de dois anos, Inês e Diogo apanharam um susto. Nesta altura, Binu começou a apresentar sintomas cada vez mais preocupantes. “Ele perdeu a visão e recuperou. Depois, teve paralisia facial e noutro mês deixou de mexer uma pata”, recorda à PiT.  “Nós tivemos que, através de uma ressonância magnética, descobrir porque é que esses diferentes sentidos eram perdidos.”

Após vários exames, o casal descobriu que Binu sofria de uma doença crónica rara conhecida como meningoencefalite de origem desconhecida, que consiste numa inflamação do sistema nervoso central. Apesar de ser considerada rara, tem uma maior incidência em Bulldogs Franceses

“Fomos lutando até ela estar estável”, frisa. “O tratamento é à base de medicamentos imunossupressores. Fomos tentando fazer um desmame até ele não ter sintomas. Chegámos a um momento de medicação em que não podemos reduzir mais. Houve alturas de desmame que tentámos reduzir mais e ele teve recaídas.”

Atualmente, Binu toma medicação diária, mas consegue ter uma vida normal. E o objetivo do casal é que nada lhe falte. “Isso fez-nos também ter um objetivo que é tornar o Binu no cão mais feliz do mundo todos os dias”, aponta. Cada dia é um dia para aproveitar ao máximo. Claro que trabalhamos, mas todos os momentos livres que temos dedicamos a ele para ele viver todas as experiências.”

Inês e Diogo já até levaram o patudo para conhecer a neve. Além disso, o cão adora andar de bicicleta — vai sempre no cesto com um dos donos a sentir o vento na cara. Binu e Hoshi têm também uma conta no Instagram.

De seguida, carregue na galeria para conhecer o Frenchie, o seu melhor amigo felino e a família.

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