Animais

O juiz decidiu, está decidido. Ninguém despeja hoje a Tarecos & Patudos

A associação de Vila do Conde dispõe de mais 10 dias para tentar encontrar acolhimento para os seus cães e gatos.
Serrinha e Liliana.

A Associação Tarecos & Patudos, de Vila do Conde, tem estado numa corrida contra o tempo. Depois da notificação de que na manhã desta quarta-feira os animais que ainda ali permanecessem seriam retirados, as responsáveis pelo abrigo — e pelos 15 gatos e 19 cães que ainda não tinham lar — desdobraram-se em contactos nos últimos dias para tentarem garantir que os seus animais ficavam bem entregues.

Esta associação, gerida por duas irmãs — Liliana e Cátia Oliveira —, com a ajuda de uma terceira, Mónica Oliveira, está legalizada e com tudo em dia no que toca aos seus animais. Mas o abrigo está localizado num terreno considerado ilegal, já que não tem licença de construção, e as autoridades consideram haver grande risco de incêndio. O que as irmãs não esperavam era ter apenas cinco dias para conseguir uma solução para todos os seus animais.

Perante um prazo tão curto antes da ação de despejo, um advogado prontificou-se a ajudar a associação e requereu em tribunal uma providência cautelar para que as irmãs pudessem ter mais algum tempo para resolver a situação.

Nesta terça-feira ao fim do dia chegou a ansiada notícia: o juiz concedeu mais dias à Tarecos & Patudos para tentarem encontrar bons adotantes e famílias de acolhimento temporário (FAT) para os seus animais. “O abrigo não vai fechar hoje. Temos mais 10 dias para conseguirmos retirar todos os animais a nosso cargo”, disse Liliana Oliveira à PiT na madrugada desta quarta-feira.

A notícia de que a associação iria ser despejada moveu milhares de pessoas na Internet e alguns animais já seguiram para acolhimento, mas faltam ainda 11 cães e 8 gatos. Com estes 10 dias adicionais, o coração destas voluntárias não está ainda descansado, mas está mais aliviado.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA — braço da Guarda Nacional Republicana responsável por assuntos relacionados com a natureza, ambiente, florestas, animais de companhia, leis sanitárias e de ordenamento do território), bem como a médica veterinária do Canil Municipal de Vila do Conde tinham agendada para esta manhã, às 10h, a ida às instalações da associação para retirar os animais que lá estivessem.

E para onde seguiriam? Para o canil municipal e para três associações do distrito do Porto que disseram ter possibilidade de acolher alguns: Midas (Matosinhos), CãoViver (Maia) e Cerca (Póvoa de Varzim).

No entanto, dado que o juiz aceitou a providência cautelar, a Tarecos & Patudos tem agora mais alguns dias para tentar encontrar solução para os animais que ainda estão no abrigo.

Liliana e as irmãs só querem que os animais de que cuidam há tantos anos fiquem bem. “Nós preferíamos que eles fossem encaminhados já para famílias, para não terem de passar pelo processo de irem para outras associações, assustados e sem conhecerem ninguém”, desabafa Liliana Oliveira.

A solidariedade tem-se manifestado por todo o país e as responsáveis da associação acalentam a esperança de os 19 animais que ainda estão no abrigo possam ser acolhidos — temporária ou definitivamente. Nos casos em que o acolhimento seja temporário, as irmãs responsabilizam-se por tudo o que disser respeito a esses patitas.

Se tem capacidade para acolher algum destes animais, não hesite e contacte a Tarecos & Patudos. Pode fazê-lo via mensagem para a página do Facebook, por email (tarecos.e.patudos2018@nullgmail.com) ou por telefone, para uma das três irmãs Oliveira: Liliana (912 332 734), Cátia (933 327 233) ou Mónica (933 594 616).

Percorra a galeria para conhecer alguns dos animais que estão à espera de um lar ou, pelo menos, e com urgência, de uma família de acolhimento temporário.

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