Já há muitos anos que os parques marinhos deixaram de ser vistos com bons olhos por parte da população, especialmente os amantes de animais. Estes são alvos de campanhas constantes que têm como enfoque o bem-estar dos animais marinhos, como as orcas, os golfinhos, os pinguins, entre outros. Até a data, muitos fecharam as portas e agora, chegou a vez da Europa.
O Marineland, em França, foi encerrado oficialmente este domingo, 5 de janeiro. A notícia já tinha sido avançada pelo espaço através de um comunicado partilhado a 4 dezembro, em que os responsáveis citavam a nova lei francesa que proíbe espetáculos com cetáceos como golfinhos e baleias. Foi aprovada em 2021 e entrará em vigor em dezembro de 2026.
No documento, o parque acrescentou que tomou esta decisão com “profunda tristeza”. Embora ofereça outras atividades como a exibição de animais, justificou que 90 por cento dos seus visitantes iam até ao espaço para assistir aos espetáculos. Nesta altura, partilhou ainda que estava a trabalhar com as autoridades francesas para realojar os seus residentes marinhos. E dois deles têm dado que falar.
A orca Wikie, de 23 anos, e o seu filho, Keijo, de dez, ainda não encontraram um novo lar. Quase quatro mil animais, entre eles 12 golfinhos, também estão à espera de um alojamento, segundo a CNN.
A ideia inicial era enviar as orcas para um parque marinho no Japão, mas a decisão não foi bem recebida pelos defensores da causa animal, que citaram o facto do país asiático ainda permitir a caça à baleia e não possuir leis equivalentes às dos países europeus em relação aos direitos e o bem-estar dos animais.
Como resposta, as autoridades francesas garantiram que as únicas soluções seriam enviar a dupla até um santuário no Canadá ou para o Loro Parque, um jardim zoológico em Tenerife, nas Ilhas Canárias, onde viveriam em condições semelhantes as do Marineland. Porém, a segunda opção, como é de se esperar, é também uma má escolha de acordo com os ativistas animais, que defendem a primeira como única possível.
“O Japão não é uma boa solução e o Loro Parque também não porque continuariam a viver em cativeiro, em piscinas mais pequenas”, defendeu ao jornal Muriel Arnal, presidente da One Voice, uma organização francesa de defesa dos direitos dos animais.
A responsável acrescentou que se Wikie e Keijo forem para o zoo em Tenerife, possivelmente serão separados para que a fêmea consiga reproduzir, o que romperia o laço familiar que partilham e, consequentemente, causaria stress desnecessário aos animais. As orcas são extremamente próximas dos seus familiares e assim como os humanos, enfrentam um período de luto quando os perdem.
O Marineland está agora a preparar-se para abrir um parque aquático e um hotel com 95 quartos este ano.
De seguida, carregue na galeria para saber mais sobre as orcas e o parque marinho na região francesa de Antibes.