Animais

Olha-me aquele cão — Fábio acolhe animais e partilha as suas histórias para serem adotados

O criador da página com o mesmo nome resgata e reabilita os animais, procurando famílias definitivas para todos.
Uma missão bem pensada.

O trabalho remoto tem a clara vantagem de garantir mais flexibilidade no dia-a-dia, permitindo alternar entre momentos de foco e outras tarefas que precisam de ser cumpridas. Fábio Ferreira beneficia desta liberdade, que utiliza para dar apoio aos cães que resgata como FAT, partilhando as suas histórias através do projeto “Olha-me aquele cão”.

O voluntário de 40 anos conta à PiT ter fundado a iniciativa há um ano e meio, depois de ter adotado Pipo, o seu cão, e de se ter apercebido de que a união não foi a ideal. “Ele não tinha nada a ver com o meu estilo de vida. Acho que há cães para todos os estilos de vida e elementos da vida familiar”, conta, enfatizando a importância de dar a conhecer as características dos animais a quem pretende adotá-los, para evitar que sejam devolvidos — algo que crê não acontecer eficazmente. 

Fábio explica que, apesar de ter sido esta situação a incentivar a decisão de se tornar FAT, a dedicação aos animais não é recente. “Eu fazia isto quando era criança, e quando comprei uma casa decidi que queria ter um cão. Depois comecei a fazer voluntariado mas sentia que fazia sempre pouco. Apesar de o Pipo ser reativo, criei o perfil e conseguimos dar a volta, e aos poucos fomos fazendo FAT”, conta.

A missão leva Fábio a vários locais do País, partindo de Leiria, onde vive, para chegar a diferentes canis e associações com o propósito de passar tempo com os cães, partilhar as histórias deles, e desmistificar os preconceitos que ainda existem sobre “cães com muito medo, ou que não são à partida visualmente interessantes, que muitas vezes são espetaculares em termos de personalidade”.

O objetivo final é ajudar os animais, seja conseguindo uma família e uma adoção definitiva, ou pelo menos garantindo que têm um dia divertido e bem passado, longe das familiares boxes e do espaço limitado. 

Fábio adianta que, no que toca aos canis municipais, a existência de FAT tende a ser mais escassa, pelo que por vezes opta por adotar os animais, partilhando as suas histórias e características com o objetivo de encontrar a família ideal para cada um. Contudo, admite que trata o seu papel como família temporária como algo “quase definitivo”. “Se um cão não for adotado, fica cá para sempre”, explica. 

Neste momento, o voluntário tem sete cães em casa, a contar com três bebés que foram resgatadas de um caixote do lixo pela Animal Rescue Algarve, que está a ajudar a reabilitar. Pipo também faz parte do leque, assim como June, e Pelé, um patudo que veio do Norte e que não mexe as patas de trás. A maior parte dos animais que recebe lidam com traumas que fazem com que sejam medrosos — particularidades sobre as quais é honesto desde o momento em que os conhece, e que transmite quando procura apresentá-los a futuros adotantes.

Carregue na galeria para conhecer alguns dos animais resgatados por Fábio Ferreira.

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