Manter a distância. É este o pedido que as autoridades, organizações e instituições ambientais de Portugal estão a fazer à população em nome das águias-de-bonelli. Estas aves de rapina podem ser vistas de norte a sul do País durante todo o ano, mas num período em específico, não devem ser perturbadas.
Este mês, as águias iniciam o período de acasalamento e consequentemente, de reprodução. Este durará até junho do próximo ano. As águias-de-bonelli são uma das três espécies de águias a viverem no País, sendo estas as mais discretas e mais pequenas, segundo a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).
Foram consideradas “em perigo” pelo Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal e têm como principal ameaça a perturbação durante a época de reprodução. Face ao problema, surge o apelo das organizações. “Se forem perturbadas nesta altura crítica, poderão abandonar estes esforços, ter de recomeçar tudo num outro ninho, ou mesmo acabar por não ter crias este ano. Para evitar esse desenlace, por favor mantenha a distância!”, alertou a SPEA nas redes sociais.
Podem ser encontradas em áreas urbanas
Na maioria das espécies das aves de rapina, as fêmeas tendem a ser maiores do que os machos. E as águias-de-bonelli não são exceções. Os casais estão sempre juntos, tanto para caçar quanto para cuidar das crias. Durante o ano, ocupam diferentes ninhos e cada ninhada tem geralmente uma ou duas crias.
O número de exemplares em Portugal têm vindo a aumentar, sobretudo no sul do País (Alentejo, Algarve e Estremadura), “onde os casais têm ocupado zonas desprovidas de escarpas, nidificando nas árvores”. Este comportamento faz com que 70% dos casais portugueses apresentem características genéticas diferentes das restantes populações ibéricas.
Por outro lado, há um núcleo de 8 a 11 casais a viverem em áreas urbanas, nomeadamente na região da Grande Lisboa e Oeste. “Estes casais vivem junto a zonas urbanas, a maioria fora de áreas protegidas, onde a degradação do habitat é uma ameaça ainda mais premente”, alerta o SPEA. Devido a proximidade com o ser humano, os casais acabam por estar no “limiar da sobrevivência”.
Seja em áreas urbanas ou na natureza, o aviso é simples e claro: não as perturbem. A época de reprodução é essencial para a conservação da espécie e deve ser concluída com sucesso.
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