A Rainha Isabel II, cuja morte aos 96 anos foi anunciada nesta quinta-feira, 8 de setembro, era uma conhecida amante dos animais. Além da sua paixão pública por cães em especial pela raça Corgi (teve cerca de 30 deles nos últimos 80 anos), outros animais fazem parte da sua extensa lista.
Em fevereiro deste ano, Isabel II tornou-se a primeira monarca britânica a reinar por 70 anos e a celebrar um Jubileu de Platina. Era patrona real ou presidente de mais de 600 instituições de caridade, incluindo mais de 30 organizações voltadas para os animais (domésticos e selvagens) espalhadas pelo mundo.
Desde a sua coroação, em 1953, os animais sempre estiveram entre as principais prendas oferecidas à Coroa. Cavalos, hipopótamos, póneis, vacas, raposas, castores, jaguares, tartarugas, elefantes… não faltam opções. Muitos deles, residem hoje no Zoo de Londres. E Portugal está entre os países que já presentearam a monarca.
Em 1957, o Presidente Francisco Craveiro Lopes enviou Buçaco, um Cavalo Lusitano, juntamente com sela, coleira, freio e martingale para a rainha britânica. Atualmente, a sela está em exibição na exposição europeia na Green Drawing Room, e Buçaco é usado como cavalo de montaria.
De acordo com uma lei criada em 1324 pelo rei Eduardo II, Isabel II também é dona de todos os animais que habitam as águas territoriais britânicas. “Este estatuto ainda é válido hoje, e esturjões, botos, baleias e golfinhos são reconhecidos como ‘peixes reais’: quando são capturados a menos de três milhas (cerca de cinco quilómetros) das costas do Reino Unido, podem ser reivindicados em nome da Coroa”, relatou a revista “Time”.
No castelo escocês de Balmoral, a casa de verão onde morreu, há uma pequena colónia de morcegos que reside no salão principal. A notícia foi avançada pela primeira vez pelo jornal “Sunday Express”, que contou que a rainha não permitia que os funcionários se intrometessem com os animais, “apesar do trabalho extra de limpeza que geravam”.
De acordo com a CBC, uma emissora do Canadá, a rainha ajudava os empregados a “capturar” os animais com uma rede de borboletas, e ela própria levava-os para fora da casa. Para o mesmo castelo, em 1969, foram enviados dois póneis Haflinger, prendas do Presidente Jonas, da Áustria.
Em Windsor, a monarca tinha o seu próprio rebanho com cerca de 165 vacas Jersey. A linhagem remonta a 1871, quando a raça foi entregue à rainha Vitória como presente do povo da Ilha Jersey, local originário dos animais.
Já os famosos cisnes do rio Tâmisa e seus afluentes, também eram co-propriedade da rainha. Isabel II “dividia” as aves com a Worshipful Company of Vintners e a Worshipful Company of Dyers, duas empresas de libré, constituídas por associações e organizações comerciais antigas e modernas de Londres.
Todos os anos, há um Censo anual para a contagem das aves, em especial os conhecidos como “cisnes-mudos”. O evento tem duração de cinco dias e surgiu como um ritual para garantir que haveria cisnes suficientes para banquetes. Atualmente, serve como um método de preservação.
Para além dos animais vivos, Isabel II já recebeu várias outras prendas incomuns, como um dente de baleia, e até esperma de cavalo avaliado em 8.615 dólares (aproximadamente a mesma quantia em euros).
Percorra a galeria para conhecer o “zoo” da Rainha Isabel II (animais oficiais e prendas).