Laranjinha foi resgatado pela SOS Bigodes num momento crítico para a associação, que lida com um cenário de sobrelotação e dívidas altas. O felino que tinha o fémur partido e balas no corpo precisava de ser operado imediatamente, tendo provocado várias horas de apreensão à equipa, que não sabia se conseguiria o valor exigido pelo veterinário — felizmente, a união fez a força, e os donativos chegaram mesmo a tempo.
Cristiana Melro, responsável pela organização de Braga, conta à PiT que os pedidos de ajuda foram ouvidos, e que os 650 euros que tinham sido exigidos foram alcançados a 20 de junho — o próprio dia da operação, que correu bem, “apesar de super complicada”, já que implicou uma “estabilização com placa” da pata. Durante o procedimento, os veterinários decidiram ainda esterilizar o felino, e, garante a líder, a sua recuperação continua a evoluir positivamente. “Está medicado para as dores e de funil para não mexer nos pontos”, avança, acrescentando que o gato “tem de repetir o raio-x às quatro e às oito semanas para confirmar que não saiu do local”. Assim que esteja completamente reestabelecido, o felino seguirá para adoção.
O felino cor-de-laranja apareceu momentos antes de a associação SOS Bigodes publicar nas redes sociais o comunicado onde explicaria não ter capacidade de ajudar mais animais, mas foi impossível ignorar a sua dor.
Aquando do pedido de ajuda, Cristiana adiantou à PiT que a denúncia chegou por parte de uma voluntária que cuida de uma colónia de gatos, onde o felino apareceu com feridas visíveis na cara, depois de ter sido abandonado num beco. Quando contactou a equipa, a cuidadora expressou que o objetivo seria cuidar do gato, e devolvê-lo à rua, já que a SOS Bigodes está “completamente lotada” e “não se sabia que ele era meigo”.
A tratadora da colónia aproximou-se com uma transportadora e “assim que o gato a viu correu para ela e nunca mais a largou”. No veterinário, o raio-x denunciou um quadro mais difícil do que a associação esperava: Laranjinha tem um chumbo na barriga e o fémur partido. “Só com cirurgia é que conseguimos reverter a situação”, lamentou Cristiana.
A operação terá de ser realizada por um cirurgião especializado, com o qual a associação não tem protocolo. “Ele consegue fazer esta sexta, mas não temos o dinheiro para pagar”, avançou então a responsável.
Cristiana avançou que quanto mais tempo passasse sem a operação, pior seria para o gato. “Vai ser mais caro, porque ele tem de tomar mais medicação para as dores, e todo o processo vai ser mais difícil porque as feridas estão a cicatrizar assim, e não sabemos há já quanto tempo é que a pata está partida”, explicou.
A SOS Bigodes tem 38 gatos a seu cargo neste momento, sobretudo devido às ninhadas que têm resgatado nos últimos meses. A mensalidade do hotel onde os animais são mantidos ainda não foi paga, bem como a alimentação e medicação de vários patudos — estes valores somam-se aos 6 mil euros de dívidas que a associação tem com clínicas veterinárias.
O gato já provou a sua doçura e meiguice, apesar da crueldade que sofreu às mãos de humanos. Assim que esteja recuperado, precisa apenas de uma casa definitiva.
Carregue na galeria para conhecer Laranjinha e outros animais para adoção na SOS Bigodes.