São pequenos, de pelagem branca e tendem a ter uma personalidade tranquila. A raça de cães Maltês foi a escolhida como a favorita dos leitores da PiT entre as outras 43 eleitas pela redação. A votação foi encerrada esta terça-feira, 28 de janeiro, depois de ter estado disponível durante cerca de uma semana.
Com 19 por cento dos votos, o Maltês ficou em primeiro lugar, seguido do Rafeiro, que conquistou 12 por cento. O terceiro lugar foi para o Border Collie, que juntou 7,5 por cento dos votos. O Boiadeiro de Berna veio surpreendentemente logo atrás, com sete por cento. Todas as outras 41 raças também foram votadas.
Os grandes vencedores são uma das raças mais comuns no País e uma das mais queridas em todo o mundo. Graças ao seu temperamento dócil, carinhoso e tranquilo, são ótimos cães de família. São também extremamente inteligentes e tendem a aprender truques com uma maior facilidade.
Esta raça é também uma das mais antigas em todo o mundo e acredita-se que tenha surgido por volta de seis mil anos antes de Cristo. Segundo o American Kennel Club, um dos maiores clubes de registo genealógico de cães de raça pura do mundo, a origem do Maltês remonta precisamente à Malta, tendo a raça sido introduzida pelos fenícios, que governavam o Mediterrâneo antes da ascensão da Grécia.
Contudo, vários historiadores já contestaram a ideia, afirmando que há registo dos animais “em todo o lado”, desde o Egito até aos Alpes. Foram graças aos aristocratas romanos, porém, que estes cães começaram a ser visto como um símbolo de estatuto.
“O Maltês foi uma raça persistente na cultura romana, principalmente nos mitos, poemas e fábulas em que a raça simbolizava a lealdade. O primeiro cão a ser chamado Fido, a palavra latina para ‘confiança’, foi precisamente um Maltês da Roma imperial”, sublinha a organização internacional.

Nem mesmo o colapso do Império Romano e chegada da Idade das Trevas (com a peste negra, a fome e todos os problemas que aqui surgiram) foram suficientes para acabar com a raça. Com um estatuto de “cidadão do mundo”, os cães sobreviveram graças aos criadores asiáticos, que aproveitaram a altura para investir em cruzamentos do Maltês com outras raças orientais, como o Terrier Tibetano.
“Quando a Europa emergiu da Idade das Trevas, um Maltês novo e melhorado estava pronto para reconquistar o seu lugar de direito no seio da nobreza ocidental”, explica.
O AKC partilha ainda que o Maltês aparece em várias lendas históricas, como a morte de Maria, a Rainha dos Escoceses, pelas mãos da rainha Isabel I, a sua prima e maior inimiga. “Segundo a lenda, a Maria foi decapitada em 1587 com um Maltês por baixo dos saiotes”, partilha. “O cão sobreviveu à provação, mas morreu de coração partido pouco tempo depois.”
O mesmo terá acontecido com o cão da mesma raça de Maria Antonieta, antiga rainha consorte de França. O patudo terá saltado da Ponte Saint Michel enquanto a tutora era levada para a guilhotina. Rumores e lendas à parte, uma coisa é certa: o Maltês teve sempre um amor inesgotável pelos seus donos. E ainda hoje, não foge à regra.
A PiT já contou várias histórias sobre os cães da raça, sendo a mais recente a de Valley, a cadela Maltês que é obcecada pela sua avó humana. A patuda chegou à família durante a pandemia de Covid-19, numa altura em que a avó vivia ainda sozinha. Depois que as restrições acabaram, a tutora Vanessa e o marido, Vitor, levaram a patuda para conhecer a matriarca. “Foi amor à primeira vista”, contou-nos.
De seguida, carregue na galeria para recordar a história.